Semiologia ortopédica

A semiologia ortopédica engloba todos os passos técnicos comuns à semiologia de outros aparelhos e adiciona a avaliação da movimentação articular, força muscular e alguns testes específicos. O exame deve ser metódico e realizado sempre na mesma sequência.

Preferencialmente, o indivíduo deve ser examinado com o mínimo possível de roupa, principalmente quando as queixas incluem áreas, normalmente, cobertas.

O pudor e o recato do paciente devem ser respeitados. Com crianças obtém-se melhor colaboração se a roupa for sendo retirada aos poucos, à
medida que as regiões vão sendo examinadas.

A amplitude de movimentação articular é dada em graus, com algumas exceções, considerando-se o ponto “zero” aquele da posição anatômica. Na avaliação da mobilidade de uma articulação solicita-se, primeiramente, que o paciente realize algum movimento ativo para depois se pesquisar os movimentos passivos.

Assim, o médico tem uma ideia das limitações e dor do paciente e conduzirá seu exame mais adequadamente.

A movimentação ativa incorpora na avaliação a força muscular, enquanto que a movimentação passiva estuda a excursão articular. Quando alguns
testes ou manobras forem realizados eles devem ser feitos primeiramente no lado normal, menos afetado ou menos doloroso.

Apresentaremos, a seguir, apenas tópicos do exame ortopédico e alguns testes especiais. O restante deverá ser buscado em textos especializados. Um bom atlas de anatomia é indispensável.

Inspeção geral

Na inspeção geral, o paciente deve ser examinado de frente, de costas e de ambos os lados. Atenta- se para a postura, simetria corpórea, atitudes e capacidade de movimentação. Deve-se tomar distância suficiente para se ter visão global do indivíduo.

Quando a pessoa se coloca de costas, atenta-se para o aspecto do tronco que deve estar equilibrado na posição vertical. Um fio de prumo, colocado na proeminência occipital externa, deve projetar-se sobre a coluna e o sulco interglúteo. Quando o tronco encontra-se inclinado, para um dos lados, ocorre assimetria do ângulo tóraco-braquial (ângulo formado pela lateral do tronco e face interna do braço) de um dos lados em relação ao outro. Causas mais frequentes de inclinação do tronco são escoliose, encurtamento de membros inferiores e atitudes antálgicas.

Os ombros devem ser simétricos e estar à mesma altura, ficando a cabeça implantada, centralmente, na cintura escapular.

Ombros desnivelados podem indicar escoliose ou patologias da escápula. Alguns tipos de trabalho ou esporte, que solicitam fisicamente mais um dos membros superiores, podem provocar hipertrofia de um dos lados. Por outro lado, processos crônicos de dor nos ombros ou no restante dos membros superiores levam à atrofia de um dos lados da cintura escapular. Em seguida, comparam-se as massas musculares paravertebrais, bem como o alinhamento da coluna vertebral, pelo perfilamento dos processos espinhosos vertebrais, à procura de curvaturas que possam indicar escoliose.

Uma ou ambas escápulas elevadas diagnosticam doença de Sprengel (escápula alta congênita).

Estima-se o alinhamento da pelve pela posição das cristas ilíacas que devem estar à mesma altura. Desnivelamento pélvico pode indicar escoliose lombar, encurtamento de membros inferiores, atitudes antálgicas ou atitudes viciosas provocadas por patologias do quadril, joelho ou pé.

Os membros inferiores são examinados quanto à forma e massa muscular. São pontos de referência semiológicos as pregas infra-glúteas e as pregas
poplíteas que devem ser simétricas e estar à mesma altura.

Ao exame de frente busca-se investigar os mesmos aspectos descritos para o exame da região posterior. São pontos adicionais de observação: a região
peitoral, o posicionamento da cicatriz umbilical, o nivelamento das espinhas ilíacas ântero-superiores, a altura dos joelhos, a orientação da patela e o posicionamento, forma e apoio dos pés. Não são raras as hipoplasias ou agenesias do músculo peitoral maior. O termo pectus carinatum denomina uma saliência exagerada do esterno ao nível da junção com o manúbrio e pectus excavatum, uma reentrância na mesma localização.

Aproveita-se, também, para inspecionar o segmento cefálico. Observe se há rotação ou inclinação anômalas da cabeça, bem como se a face é simétrica.
Neste momento, pode-se diagnosticar um torcicolo congênito ou espasmódico.

O exame pelas laterais verifica, principalmente, as curvaturas da coluna, o alinhamento dos membros inferiores e o contorno abdominal, o indivíduo é posicionado de lado e mantém os membros superiores estendidos na posição horizontal. É, com esta manobra, que se detectam as posturas viciosas por aumento da cifose torácica ou lordose lombar. Em seguida, pede-se ao paciente para inclinar-se lentamente e tentar tocar os dedos no assoalho. Verifica-se, com isto, a flexibilidade dos segmentos da coluna (com a inclinação há aumento cifose e retificação da lordose).

Quando ocorrem discrepâncias de comprimento de membros inferiores pode haver atitudes compensatórias. Assim, o paciente pode manter o membro mais longo com o joelho semifletido e conseguindo apoiar igualmente os pés (encurtamento funcional do membro). Outras vezes, o paciente mantém o membro encurtado com o pé em equino (alongamento funcional do membro). Estas atitudes podem, também, ser provocadas por outras patologias que a sequência semiológica revelará.

Exames complementares

Exames básicos

HC
Bioquímica
Provas inflamatórias
Imunologia
Sorologias
Perfil hormonal
EAS
EPF
Hemograma Completo
Série vermelha
Série branca
Série plaquetária
Coagulograma (TTPA)
Bioquímica
Glicose
TGL, Colesterol total e frações
Ácido úrico
Uréia, creatinina
TGO, TGP
Eletrólitos: Ca, P
Provas Inflamatórias
VHS
PCR
alfa 1 glicoproteína ácida
Eletroforese de PTNs
Imunologia
FAN ou ANA
ENA
Ac. Antifosfolipídeos
ANCA
Complementos
Fator reumatóide
HLA

Imunologia – FAN ou ANA

FAN ou ANA: título e padrão
Titulação
– 1:80 normal
– 1:80 positivo – ENA
Padrão
Homogêneo – LES
Periférico – LES
Pontilhado – DMTC, Hashimoto
Nucleolar/centromérico – ESP

ENA (Ac anti-nucléolo extraível)
Sm – LES
Ro – LES, SS
La – LES, SS
RNP – LES, DMTC
DNA – LES
Microssomal – Hashimoto
Peroxidase – Hashimoto
Tireoglobulinas – Hashimoto
Músculo liso – hepatite autoimune
Scl 70 – ESP
Centrômero – ESP
Ac. antifosfolipídeos
Anticardiolipina
IgM
IgG
Lupus anticoagulante
VDRL falso positivo
TTPA
ANCA
ANCA (Ac. Anti citoplasma de neutrófilo)
p
c
Complemento
C3
C4
C total
Fator reumatóide
Látex (sensibilidade)
Waaler Rose (especificidade)

Sorologias:

CMV
Toxo
VDRL
Monotest
Clamydia
Hepatite B
HIV
ASLO
Perfil hormonal
TSH, T3,T4,T4 livre
Estradiol, progesterona, FSH, LH
Testosterona total e livre
HLA
HLA – B27 – EA
HLA – DR4 – AR
HLA – DR3 – LES
EAS
Sumário simples
Clearance de creatina
Proteinúria de 24 horas
Uricosúria de 24 horas
Calciúria de 24 horas
Hidroxiprolina de 24 horas
EPF
Análise simples
coprocultura

Osteoporose
– Diagnóstico
Ca, P
Calciúria, hidroxiprolinúria
– Acompanhamento
Calciúria, hidroxiprolinúria

Osteoartrose
– Diagnóstico CLÍNICO
VHS, PCR, látex
– acompanhamento CLÍNICO

Gôta
– Diagnóstico e acompanhamento
Ácido úrico sérico
Ácido úrico urinário (250 – 750)
Outros: TGL, Colesterol, Gli
Artrite reumatóide
Diagnóstico
VHS, PCR, fator reumatóide, Anti-CCP
Acompanhamento
HC
VHS, PCR
Outros: TGO, TGP

Fibromialgia
– Diagnóstico e acompanhamento CLÍNICO
Outros
HC
VHS, PCR
Látex, FAN
TSH, estradiol

Espondilite Anquilosante
– Diagnóstico
HLA – B27
PCR, alfa 1 glicoproteína ácida
– Acompanhamento
HC
VHS, PCR, alfa 1 GPA
Outros: TGO, TGP

LES
– diagnóstico
HC
VHS, PCR
FAN, Sm, DNA, Ro, La, RNP, C3, C4, Ctotal, fator reumatóide
Bioquímica renal
EAS, clearance, PTNúria
– acompanhamento
HC
VHS, PCR
C3, C4, Ctotal, DNA
Bioquímica renal
EAS, clearance, PTNúria

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Última modificação porMarcio R4
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