Exame físico da mão

Inspeção

A – Funcionalidade: observar se a mão é utilizada facilmente ou se está protegida durante a marcha (i. é , sobre o tórax), e em seguida, durante o ato de despir o tórax (se há algum movimento compensatório). Posição anatômica das mãos (semiflexão da MF e IF).

B – Dedos: verificar o número, se todos estão íntegros e em posição anatômica (semi-fletidos)

C – Superfície Palmar:
Pregas:
=> interfalangianas distal e proximal
=> dígito – palmar
=> prega distal (art. mtf), prega média (art. mtf), prega proximal (art. tpm). Estas pregas formam um M com sua base voltada para o lado ulnar.

Eminência = tenar e hipotenar são protuberâncias representando o corpo dos músculos que movimentam o polegar e o dedo mínimo.

Arcos:
=> transversos ao nível do carpo e metacarpo distal
=> longitudinal (no centro)

Art. Metacarpo – falangiana = montes são protuberâncias ao nível das art. metacarpo-falangianas, por onde passam o feixe neurovascular

Vales = depressão por onde passam os tendões flexores

Pregas interdigitais = avaliar a presença de sindactilia

D – Superfície Dorsal: a região em que formam os vales devem ser simétricas. Os nós dos dedos devem ser avaliados c/ os punhos serrados, sendo o do dedo médio o mais proeminente. Avaliar as unhas.

Palpação óssea

1 – Processo estilóide radial
2 – Tabaqueira anatômica: distalmente ao item 1
3 – Escafóide: melhor palpado em 2, com desvio ulnar do punho (pois ele desliza para fora)
4 – Trapézio: distal ao 2, palpa-se a art trapézio – 1° mtc (melhor palpado com a flexo-extensão do 1° qrd)
5 – Tubérculo de Lister: proeminência óssea no 1/3 médio de uma linha imaginária no dorso do punho
6 – Capitato: distal ao 5 (melhor palpado com a flexão do punho)
7 – Semilunar: linearmente disposto ao item 6 e a base do 3° mtc (melhor palpado com a flexão do punho)
8 – Processo estilóide ulnar: este não se articula com o carpo
9 – Piramidal: distal ao item 8 (melhor palpado com o desvio radial do punho, pois move-se p/ fora)
10 – Pisiforme: situa-se anterior e lateral ao 9
11 – Hâmulo do hamato: situa-se distal e radial ao 10 (coloca-se o 1° qrd do examinador sobre 10 e em direção a prega entre o 1 e 2o qrd do paciente, o hâmulo estará embaixo da ponta do polegar)
12 – Metacarpo, as art mtc – falangeanas e as falanges (02 no 1° qrd e 03 nos demais)

Palpação de partes moles

A) PUNHO :
– Zona I (processo estilóide do rádio):
1) tabaqueira anatômica: distal ao processo estilóide radial sendo delimitado pelo túnel 3 ( ulnarmente) e túnel 1 (radialmente) . O seu assoalho é delimitado pelo escafóide.
2) túnel 1: composto pelo abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar

– Zona II (tubérculo de Lister):
1) túnel 2: localizado na face radial do tubérculo de Lister é composto pelo extensor radial curto e longo do carpo (evidente ao cerrar o punho)
2) túnel 3: localizado na face ulnar do tubérculo de Lister é composto pelo extensor longo do polegar. Ao transpassar este tubérculo faz um giro de 45° passando sobre o túnel 2 em direção ao polegar.
3) túnel 4: localizado ulnarmente ao túnel 3 e radial a articulação rádio-ulnar distal. É composto pelo extensor comum dos dedos e do dedo índice. Cada um deles é melhor palpados entre as art MTF e o carpo.

– Zona III (processo estilóide da ulna):
1) túnel 5: localizado sobre a art radioulnar distal e lateral ao processo estilóide da ulna. É composto pelo extensor do dedo mínimo. Melhor palpado durante a sua extensão.
2) túnel 6: localizado no sulco formado entre o ápice do processo estilóide da ulna e a cabeça da ulna. É composto pelo extensor ulnar do carpo sendo melhor palpado durante a extensão e o desvio ulnar do carpo .

– Zona IV (pisiforme):
1) flexor ulnar do carpo: passa sobre o pisiforme sendo melhor palpado durante a flexão palmar contra resistência
2) túnel de Guyon: depressão existente entre o pisiforme e o hâmulo do hamato por onde passa o nervo e a artéria ulnar (seu pulso pode ser palpado proximalmente ao pisiforme na face anterior da ulna)

– Zona V (túnel do carpo):
1) longo palmar: melhor palpado durante a flexão do punho com a união das extremidades distais do 1º e 5º dedos.
2) túnel do carpo: delimitado proximalmente pelo pisiforme e tubérculo do escafóide e distalmente pelo hâmulo do hamato e tubérculo do trapézio. É composto pelos 04 tendões flexores superficiais e pelos 04 profundos, além do flexor longo do polegar e nervo mediano .
3) flexor radial do carpo: palpado na flexão e desvio radial do punho

B) MÃO :
– Zona I (eminência tenar): localizada na base do polegar é composta pelos músculos adutor, abdutor e flexor curto do polegar, além do oponente do polegar .
– Zona II (eminência hipotenar): localizada proximalmente ao dedo mínimo e longitudinalmente ao pisiforme. É composta pelo flexor curto, abdutor e oponente do 5º quirodáctilo .
– Zona III (palma): região de difícil palpação, pois encontra-se encobertas pelas eminência tenar e hipotenar. É composta pela aponeurose palmar e tendões flexores dos dedos .
– Zona IV (dorso): é composta pelos tendões extensores
– Zona V (falanges): os dedos não contém músculos sendo movimentados pelos seus tendões extensores e flexores que são palpados ao nível das art IFP
– Zona VI (polpa digital): procurar pela presença de paroníquias, abscessos, etc.

Vascularização

– Arco palmar superficial: origem das artérias digitais para o 2º-5º
– Arco palmar profundo: mais proximal e origem das artérias para o polegar, artéria radial para o indicador e artérias interósseas

– Drenagem venosa: principalmente pelas veias dorsais superficiais

– Irrigação tendínea: predomínio dorsal, pelas vínculas

Ligamento dos Dedos

Sistema ligamentar:
– Placa volar: reforço ventral
– Ligamentos colaterais: reforço lateral
– Ligamento de Cleland: limita excursão de partes moles na flexo-extensão dos dedos
– Ligamento de Grayson: estabiliza o feixe vasculonervoso em sua posição anatômica

Grau de mobilidade ativa

– Flexão: os dedos fecham-se juntos tocando no sulco palmar distal
– Extensão: os dedos são estendidos em conjunto alem da neutralidade
– Adução/Abdução: afastar e aproximar os dedos uns dos outros
– Flexão do polegar (abdução transpalmar): testa a MTF e a IF do polegar, o pcte toca na base do dedo mínimo
– Extensão do polegar (abdução radial): move o polegar lateralmente, p/ fora dos dedos
– Abdução palmar/Adução do polegar: afasta o dedo anteriormente, depois retorna
– Oponência: toca-se a falange distal de todos os quirodáctilos c/ o polegar

Grau de mobilidade passiva

– MTF: uma mão do examinador na borda ulnar da mão e a outra nas art IF isolando a MTF -> flexão 90° / extensão 30° a 45° / abdução 20° / adução 0°
– IFP: flexão 100°; extensão 0°;
– IFD: flexão 90°; extensão 0°;
– MTF do polegar: flexão 50°; extensão 0°;
– IF do polegar: flexão 90°; extensão 20°;
– TRAPÉZIO-MTC do polegar: uma das mãos no processo estilóide radial e a outra no 1º MTC -> abdução 70° (abdução palmar); adução 0° (adução dorsal); oponência
– Carpometacárpica:
– – 2º e 3º: praticamente não há movimento
– – 5º dedo: 10º de flexão e extensão
– – 4º dedo: 5º de flexão e extensão

Exame neurológico

=> TESTES MUSCULARES:

EXTENSORES PRIMÁRIOS:
– extensor comum dos dedos (n. radial C7)
– extensor do dedo índice (n. radial C7)
– extensor do dedo minimo (n. radial C7)

– FLEXOR PRIM DA ART IFP: flexor superficial dos dedos (n. ulnar C8,T1; interósseo ant)
– FLEXOR PRIM DA ART IFD: flexor profundo dos dedos (n. mediano C8,C7,T1)
– FLEXOR DA ART MTF: lumbricais (02 mediais – n. ulnar / 02 laterais – n. mediano)
– ABDUÇÃO DIGITAL: interósseo dorsal (n. ulnar C8,T1) e abdutor do dedo minimo (n. ulnar C8,T1)
– ADUÇÃO DIGITAL: interósseo palmar (n. ulnar C8,T1)
– EXTENSOR PRIMÁRIO DA ART MTF DO POLEGAR: extensor curto do polegar (n. radial C7)
– EXTENSOR PRIMÁRIO DA ART IF DO POLEGAR: extensor longo do polegar (n. radial C7)
– FLEXOR PRIMÁRIO DA ART MTF DO POLEGAR: flexor curto do polegar (porção medial -> n. ulnar C8 / porção lateral -> n. mediano C6,C7)
– FLEXOR PRIMÁRIO DA ART IF DO POLEGAR: flexor longo do polegar (n. mediano C8,T1)
– ABDUTORES PRIMÁRIOS DO POLEGAR: abdutor longo do polegar (n. radial, C7) e abdutor curto do polegar (n. mediano C6,C7)
– ADUTOR PRIMÁRIO DO POLEGAR: adutor do polegar oblíquo e transverso (n. ulnar C8)
– OPONÊNCIA DO POLEGAR: oponente do polegar (n. mediano C6,C7)
– OPONÊNCIA DO DEDO MÍNIMO: oponente do dedo mínimo (n. ulnar C8)

= Simplificando:

Mediano:
– Extrínsecos: flexor radial do carpo, flexor longo do polegar, flexor superficial dos dedos e porção radial do flexor pofundo dos dedos e palmar longo
– Intrínsecos: cabeça superficial do flexor curto do polegar, oponente do polegar, abdutor curto do polegar e lumbricais para o 2º e 3º dedos

Ulnar:
– Extrínsecos: flexor ulnar do carpo, porção ulnar do flexor profundo dos dedos
– Intrínsecos: cabeça profunda do flexor curto do polegar, adutor do polegar, músculos da eminência hipotenar, interóoseos palmares, dorsais e lumbricais para o 4º e 5º

Radial:
– Extrínsecos: extensor ulnar do carpo, extensor comum dos dedos, extensor próprio do indicador, extensor próprio do dedo mínimo, extensor radial curto e longo do carpo, abdutor longo do polegar, extensor longo do polegar
– Intrínsecos: extensor curto do polegar
– Eminência tenar: flexor curto, abdutor curto, adutor e oponente do polegar
– Eminência hipotenar: abdutor, flexor curto, oponente do dedo mínimo e palmar curto

– Interósseos:
– – Dorsais: abdução dos dedos e flexão da MTC-F com extensão das IF
– – Ventrais: adução dos dedos e flexão da MTC-F com extensão das IF

– Lumbricais: origem nos flexores profundos dos dedos com inserção no aparelho extensor -> Flexão das MTC-F e extensão das IF

=> TESTES SENSITIVOS:

A) NERVOS PERIFÉRICOS:

RADIAL: tabaqueira anatômica e dorso do polegar, indicador, médio e ½ radial do 4º até a IFD
– dorso da mão até a face radial do 3º mtc
– face dorsal do 1º, 2º , 3º qrd até as art IFD
– a prega entre o 1º e 2º qrd é específica do n. radial

MEDIANO: polegar, indicador, dedo médio e metade radial volar do anular
– porção radial da palma da mão
– face palmar do 1º, 2º, 3º qrd, inclusive as art IFD (volar e dorsal)
– a cutis palmar do 1/3 distal de falange distal do 2º qrd é especifica do radial

ULNAR: 5º dedo e metade ulnar do 4º dedo
– face ulnar da mão e 4º e 5º dedo (dorsal e volar)
– no 1/3 distal volar do 5º dedo a inervação é especificamente ulnar

B) SENSIBILIDADE POR NÍVEIS NEUROLÓGICOS: dermátomos

Lesão do tendão flexor superficial ou profundo dos dedos da mão
Teste do flexor superficial e profundo dos dedos da mão

Testes especiais

Teste de Bunnel-Littler:
Avalia se há limitação de flexão da art IFD e, sendo positivo, ela é devido a hipertonia ou contratura da musculatura intrínseca ou a contratura capsular. Para fazer o teste precisa de mobilidade da MTC-F e IFP.
1 – firme a art MTF em leve extensão e tente fletir a art IFP (se houver limitação investiga-se a causa)
2 – mantem a art MTF da dedo comprometido em leve flexão e em seguida tenta-se fletir a art IFP (se não flexionar a limitação é devido a contratura capsular, pois nesta posição os músculos intrínsecos estão relaxados)

Teste dos ligamentos retinaculares oblíquos:
Avalia se a limitação de flexão da art IFD é devida a tensão nos ligamentos retinaculares ou a contratura capsular. Mesmo teste do Bunnel-Littler, mas com uma articulação mais distal.
1 – mantenha a art IFP em posição neutra e tente fletir a art IFD( se estiver limitado avalia-se a causa)
2 – flexiona levemente a art IFP (relaxa o retináculo) e em seguida flexione a art IFD (se flexionar, a limitação era devido a tensão ligamentar retinacular)

Teste de Allen:
Avalia se a artéria radial e ulnar estão pervias
1 – comprima a artéria radial (c/ o 1º qrd) e ulnar (c/ o 2º qrd), após o pcte abrir e fechar a mão várias vezes
2 – em seguida, peça-o p/ abrir a mão (se tornará pálida) e libere apenas uma das artérias (se a coloração da palma da mão não enrubescer logo, a artéria liberada está parcial ou completamente obstruída )

Teste de Tinel:
Percussão suave de um trajeto nervoso. Positivo se choque no trajeto distal.

Teste de Durkan >

Teste de Watson:
Pesquisa instabilidade do escafóide. Pressiona tuberosidade anterior do escafóide com o polegar e movimenta o punho de ulnar para radial; subluxação escafóide gera estalido doloroso. Lassidão pode dar falso positivo (comparação contralateral).

Garra ulnar (sinal de Duchene):
– Perda da função dos intrínsecos
– Lesão proximal: garra mais leve mas com prognóstico pior
– Lesão distal: garra mais grave mas com prognóstico melhor

Sinal de Pollock: perda da força do flexor profundo do 4º e 5º

Grind test: (+) na rizartrose
– Compressão do polegar contra a carpo-metacárpica
– Faz-se também rotação durante a compressão

Sinal de Froment: prender papel entre o polegar e o indicador
– Se lesão do ulnar e paralisia do adutor do polegar: doente flete a IF para segurar a folha

Sinal de Egawa: testa interósseos e nervo ulnar
– Mão sobre a mesa com elevação, adução e abdução do 3º dedo

Sinal de Wartenberg: abdução do 5º dedo na paralisia do ulnar
– Extensor do 5º abduz o dedo sem a resistência do interósseo palmar

Teste para instabilidade do ligamento colateral ulnar do polegar:
– Estabilização do MTC com estresse em valgo na MTC-F
– Se > 35º: lesão

Sinal de Benediction:
– lesão do interósseo anterior -> paralisia do flexor longo do polegar e flexor profundo do 2º e 3º
– pinça ocorre entre a polpa digital do 2º e do polegar

Teste do enrugamento: a mão permanece na água por 5 minutos, caso não enrugue, demonstra desnervação recente da área afetada.

Teste de discriminação de 2 pontos: duas agulha com afastamento de tamanho padronizados, fazendo testes nas áreas do nervos. Também serve para lesões parciais medulares.

Teste de estereognosia de Moberg: identificação de objeto apertado na mão
– Diagnóstico da lesão nervosa do nervo mediano.

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