Tumores ósseos benignos formadores de cartilagem

Osteocondroma

osteoc

=> Projeção óssea coberta por cartilagem que protui na superfície do osso afetado. O tecido ósseo produzido é normal, portanto pode ser considerado como um distúbio no crescimento cartilaginoso encondral, do que uma verdadeira neoplasia. Pode vir isoladamente ou como manifestação generalizada (Exostose Hereditária Múltipla).

=> Tumor ósseo mais comum, sem predileção por sexo. Em 80% dos casos é descoberto entre os 10 a 20 anos de idade. Em 50% dos caso acomete a metáfise inferior do fêmur e a metáfise superior da tíbia e do úmero. Raramente se desenvolve em osso carpais e tarsais. Observe que com o crescimento a tumoração se move para longe da fise.

=> Podes ser séssil ou pediculada, com uma diâmetro variando de 01 a 10 cm. Freqüentemente é indolor, a menos que haja trauma direto no tumor ou seja irritada por estruturas musculares e tendinosas desenvolvendo uma bursa inflamatória (“exostosis bursata”).

=> A malignização do osteocondroma é raro (1%), mas pode acontecer principalmente se começar a crescer rapidamente e o paciente se queixar de início recente. Os locais mais comuns de malignização da lesão solitária são o úmero e o fêmur proximal. Na exostose hereditária múltipla os locais mais comuns são a pelve e a escápula. A RM é importante no diagnóstico precoce da malignização e a cintilografia diferencia uma exostose benigna de um condrossarcoma.

=> O tratamento cirúrgico esta indicado em:
– compressão de estruturas neurovasculares
– fratura da base (tipo pediculado)
– situa-se em locais que limitam o movimento articular ou estão sujeitos a traumas mais freqüentemente
– quando desenvolve uma bursa dolorosa
– cosmeticamente inaceitável
– suspeita de malignização do tumor

=> Uma complicação rara do osteocondroma de fêmur é o pseudo-aneurisma da artéria femoral no canal adutor da fossa poplítea. Postula-se que a causa seja fragmentos da capa cartilaginosa que fraturam-se e perfuram (erodem) a artéria, formando uma camada fibrosa contornando o hematoma.

Exostoses cartilaginosas múltiplas (osteocondromatose)

=> É um quadro de disseminação generalizada de osteocondroma (não é Doença de Ollier)

=> É hereditário (herança autossômica dominante), sendo mais comum em homens, localizados preferencialmente no fêmur e tíbia proximal e distal, úmero proximal , rádio e ulna distal. Observe que em osso de ossificação intramembranosa não são encontrados.

=> No quadro clínico aparecem saliências ósseas em joelhos, ombro, tornozelos, escápula ou caixa torácica. Existem deformidade associadas sendo as mais comuns do antebraço (desvio ulnar do rádio, luxação póstero-lateral da cabeça do radio, flexo de cotovelo) e perna (tíbia valga, tornozelo valgo, encurtamento fibular). No quadril a coxa valga está presente em 25% dos pacientes, podendo estar associada com displasia acetabular. Há encurtamento dos membros superiores e inferiores em relação ao comprimento do tronco associado a baixa estatura.

=> O tratamento segue as mesmas orientações para as lesões osteocondromatosas individuais. Em relação as deformidades do punho pode-se optar pela epifisiodese da metade radial da fise radial (se o carpo não estiver luxado, caso contrário, opta-se pela osteotomia de subtração radial). Em casos de cabeça radial luxada, uma boa opção é o alongamento da ulna . No tratamento da coxa valga com instabilidade do quadril opta-se por uma osteotomia varizante. A tibia e tornozelo valgo podem ser corrigidos por osteotomia ou epifisiodese (em idade apropriada).

Encondroma

encod

=> Crescimento cartilaginoso benigno encontrado no interior do osso (cavidade medular). Pode ser solitário ou generalizado (Doença de Ollier). No acometimento generalizado, se estiver associado com hemangiomas, denomina-se Síndrome de Maffucci.

=> O encondroma solitário é uma lesão incomum localizado na medula da metáfise ou diáfise de um osso longo ou pré-formado por cartilagem. Freqüentemente encontrado nas falanges das mão e pés, mtc e mtt. Nos osso longos, o fêmur e úmero são os locais mais freqüentes de acometimento.

=> Geralmente estas lesões são descobertas após fraturas patológicas. Mas os pacientes podem cursar com dor sem história prévia de trauma. Em osso tubulares longos, a lesão é descoberta acidentalmete pelo rx (lesão lítica central com bordas bem definidas e calcificação no interior). Na Doença de Ollier existe um aumento de volume dos dedos acometidos, geno valgo, discrepância de comprimento dos MMII (devido ao envolvimento assimétrico que causa), encurvamento do antebraço com limitação da pronação e desvio ulnar.

=> O diagnóstico diferencial deve envolver cistos de inclusão, displasia fibrosa, fibroma não-ossificante, cisto ósseo unicameral.

=> A possibilidade de malignização é rara, geralmente na metáfise de ossos tubulares longos.

=> O tratamento nas lesões solitárias é com curetagem da lesão + enxerto ósseo. Na Doença de Ollier o tratamento visa corrigir deformidades angulares e de comprimento .

Condroma periostal

=> Lesão rara correspondendo á uma massa de cartilagem madura disposta sob o periósteo que continua á aumentar de tamanho após a maturação esquelética( lesão benigna ativa).
=> Acomete qualquer osso pré formado de cartilagem, sendo mais comum úmero proximal
=> Manifesta-se radiologicamente como um defeito cortical na diáfise ou metáfise de um osso longo(cratera) com osso reacional o separando da cortical subjacente.
=> O tratamento é com ressecção extracapsular marginal em bloco

Condroblastoma benigno

=> Lesão cartilaginosa benigna rara, também conhecida como condroblastoma epifisário, condroblastoma benigno e tumor de Codman.

=> Acomete o sexo masculino entre 10 a 17 anos com localização epifisária (úmero e tíbia proximal e fêmur distal). Apresenta dor e, devido a proximidade com articulação, esta pode estar com aumento de volume e limitação do movimento.

=> Radiologicamente apresentam lesões ovóides radiolucente de 01 a 04 cm de diâmetro com calcificações finas no interior (rarefação irregular).

=> Diagnóstico diferencial: cisto ósseo simples, granuloma eosinofílico, encondroma, tumor de células gigantes, osteomilelite.

=> O tratamento consiste de curetagem e excisão completa da lesão. Em casos agressivos, indica-se a ressecção marginal com adjuvantes (fenol, cimento, nitrogênio líquido) para evitar recidiva cirúrgica.

Fibroma condromixóide

=> Tumoração de tecido cartilaginoso entremeadas por tecido mixóide (degeneração do tecido condróide) e fibroso (secundário ao reparo das áreas degeneradas). Localização excêntrica e metafisária de forma arredondada ou ovalada.

=> Mais comum em membro inferior (tíbia – 50% dos casos), na infância tardia e adulto jovens. A lesão geralmente é assintomática.

=> O tratamento preconizado é a ressecção marginal com enxerto ósseo. Em casos de lesão B3 pode-se usar um adjuvante para evitar recidiva.

Tumor de células gigantes

=> Tumor benigno agressivo caracterizado por tecido muito vascularizado e células fusiformes ou ovóides além de células gigantes tipo osteoclastos.

=> Mais comum em adultos (20 a 40 anos), acometendo principalmente epífise distal do fêmur e proximal da tíbia e distal do rádio. Cerca de 50% dos casos acontecem nos joelhos.

=> Radiologicamente apresentam aspecto osteolítico, destruindo toda epífise, atingindo a cartilagem articular (agressividade radiológica). O tumor pode levar a fratura patológica (pode ser o 1º sinal) devido ao caráter insuflativo destruindo a cortical.

=> Classificação de Campanacci:
– Grau I: lesões pequenas e intra-óssea
– Grau II: lesões ativas com periósteo intacto
– Grau III: agressiva com invasão de partes moles (além do periósteo)

=> Tratamento: devido á proximidade da articulação, o objetivo é remover o tumor e preservar ou restaurar a mobilidade articular. A ressecção do tumor envolve: curetagem; curetagem (osso subcondral) + ressecção incompleta da metáfise e epífise; ressecção ampla (remoção em bloco de toda extremidade articular com margens de segurança); amputação (raro).

Condroma

O condroma é tumor benigno, formador de cartilagem que afeta principalmente os ossos curtos das mãos e dos pés. Pode ocorrer como lesão solitária ou afetar vários ossos, caracterizando a encondromatose.

Mais frequentemente encontrados nos ossos das mãos e pés, e menos comumente encontrados no fêmur, úmero ou tíbia. Mais comuns entre os 20 e 50 anos, descobertos acidentalmente em uma radiografia. Afeta homens e mulheres com a mesma frequência.

O comportamento clínico e radiográco da lesão é que deve orientar a conduta. O condroma radiogracamente apresenta-se como lesão de rarefação, às vezes com focos de calcicação e podendo causar alguma deformidade.

O tratamento do condroma é a curetagem da lesão e colocação de enxerto se necessário. Quando ocorre na superfície externa dos ossos é chamado de condroma justa-cortical e deve ser tratado cirurgicamente por ressecção parietal.

Nenhum método adjuvante, seja rádio ou quimioterapia, deve ser utilizado no tratamento desta ou de outras lesões benignas do esqueleto. Também não utiliza cimento acrílico.

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Última modificação porMarcio R4
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