A impactação na região anterior do tornozelo, popularmente denominada “tornozelo de atleta” ou “tornozelo de jogador de futebol”, é considerada uma causa comum de disfunção crônica nessa articulação. Acredita-se que o mecanismo de lesão envolva movimentos repetitivos de supinação, os quais poderiam danificar a margem anteromedial da cartilagem articular. No entanto, outros fatores etiológicos incluem dorsiflexão forçada e repetitiva além de trauma direto na face anterior da tíbia. É, portanto, fácil associar tais fatores com a prática de futebol e outros esportes que freqüentemente envolvem dribles, “arrancadas” e agachamentos.
Ao contrário de outras síndromes com anormalidades de impactação ósseas, osteófitos tíbio-talares formam significante parte do pinçamento na síndrome do impacto anterior no tornozelo (SIAT). Danos crônicos nas margens condrais propiciam um reparo com tecido fibroso e fibrocartilaginoso o que, em seguida, propicia a ossificação endocondral. Esta, por sua vez, produz osteófitos na margem anterior da tíbia, em direção oposta ao tálus.
A síndrome do impacto posterior (SPIT) estão relacionadas com os microtraumas causados pela flexão plantar recorrente, como por exemplo, durante a elevação dos pés na corrida ou quando bailarinas ficam na ponta dos pés durante a dança. A lesão clássica na síndrome do impacto posterior do tornozelo, se localiza entre o osso do tálus e um osso acessório chamado de “os trigonum”, caracterizando umaruptura da área de contato entre os dois ossos.
Tipos de síndrome do impacto no tornozelo
INFLAMAÇÃO NAS PARTES MOLES
A parte mole na parte de trás do tornozelo é inflamada e este problema pode resultar em uma inflamação crônica.
MISTA
O tipo mais comum, no qual tanto a parte óssea, quanto dos tecidos moles é acometida.
ÓSSEO
Há o desprendimento entre as partes ósseas envolvidas, como o talus e os trigonum, osso acessório que auxilia na movimentação do tornozelo.
Sintomas mais comuns da síndrome do impacto
Dentre os principais sintomas da síndrome do impacto posterior no tornozelo, podemos citar:
- Aumento da dor em determinadas posições;
- Dor, inchaço e vermelhidão nas estruturas internas do tornozelo;
- Dor ao correr, descer escadas ou caminhar.
Estes sintomas se fazem presentes devido a inflamação dos tecidos moles na parte interna do tornozelo.
Diagnóstico da síndrome do impacto no tornozelo
O diagnóstico da síndrome do impacto posterior no tornozelo ocorre através da história clínica do paciente, assim como exames de imagem que o ortopedista especialista em pé e tornozelo pode solicitar.
Através do raio-x, é possível identificar o problema, assim como testes clínicos de movimentos de flexão com o tornozelo. O exame de ressonância magnética também se faz importante para identificar possíveis inflamações nos tecidos moles da articulação.
Vale destacar que o diagnóstico de um especialista é o diferencial para o tratamento adequado, tendo em vista que o tornozelo pode ser acometido por uma série de problemas, como tendinite e bursite, causando sintomas similares que podem ser facilmente confundidos caso a investigação não seja feita corretamente.
A artrose no tornozelo é outro quadro que pode ser confundido com este problema, fator que pode prejudicar nas medidas de tratamento para a síndrome de impacto do tornozelo.
Tratamento
Para tratamento da SIAT e da SPIT, o ideal é que o paciente realize sessões de fisioterapia para controle da dor e recuperar a funcionalidade do tornozelo, melhorando a amplitude de movimentos e melhorar seu equilíbrio para que a articulação retome às suas funções normais.
O paciente também pode fazer compressas de gelo na região, além de sessões de terapia por ondas de choque para estimular a cicatrização tecidual, além de controlar a inflamação.
Receber o acompanhamento para treinar o equilíbrio também é essencial na recuperação, uma vez que evita a reincidência do quadro, assim como novas lesões.
O tratamento cirúrgico é necessário quando há uma falha nas medidas conservadoras. Para operar o paciente, é realizada a artroscopia, cirurgia minimamente invasiva, no qual é feita um corte de 3mm na região do tornozelo para que pequenos instrumentos cirúrgicos removam a inflamação crônica e ressecção do osso os trigonum, caso haja sua presença.
O tratamento precoce, evita com que o quadro se desenvolva de maneira crônica e também permite que o indivíduo retome às suas atividades normais o mais breve possível.
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