Talalgias

Definição

É uma síndrome dolorosa que acomete a região entre o limite posterior do arco plantar e as áreas circunvizinhas do calcâneo.

Etiologia / Fisiopatologia / Mecanismo de Trauma

Deve ser perguntado ao paciente em relação a dor, o tipo, localização, intensidade, irradiação, fatores de melhora e piora, antecedentes, tratamentos prévios. Dor bilateral sugere doença sistêmica. Esportes, obesidades, deformidades, tipo de trabalho e de piso são fatores agravantes.

Exame Físico

Inspeção estática e dinâmica, observar as deformidades, bem como pé cavo ou plano, inspeção da altura do coxim de gordura sob o calcâneo.
Palpar o ponto de maior sensibilidade dolorosa.

Imagem

RX – presença de esporão ou não e alterações morfológicas (AP, P, axial posterior e a de Bröden para visualizar alterações na faceta posterior do calcâneo), ENMG – para localização do sítio de compressão, USG, exames laboratoriais para patologias inflamatórias ou metabólicas, TC, RM, cintilografia

Patologias do Coxim Gorduroso

O coxim gorduroso recebe e amortece o impacto do solo contra o clacâneo e essas cargas podem chegar até 7 vezes do peso corporal. Nos atletas a dor pode estar relacionada com os impactos constantes durante a pratica esportiva. Também pode ocorrer o desprendimento das inserções do coxim devido a um trauma e haver a migração do coxim para a face medial. Nos idosos ocorre atrofia do coxim.
A dor ocorre na região central do calcâneo.

Diagnóstico Diferencial
Bursite subcalcaneana, fraturas de estresse do calcâneo, compressão do n. abdutor do dedo mínimo e fasciíte plantar.

Tratamento
Suspensão das atividades de alto impacto, calcanheiras, calçados com absorção de impactos, fisio, pode ser necessário imobilização. Infiltração é contra-indicado pela possibilidade de necrose da gordura plantar.

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Coxim gorduroso e origem da fáscia plantar

Fasciíte Plantar

Fáscia origina-se no tubérculo medial do calcâneo e insere-se nas FP, tem 3 feixes.

Ocorre por microtraumatismos de repetição na tuberosidade medial do calcâneo. Acomete principalmente as mulheres, 60% são obesas, na faixa etária do climatério. Nos homens é a causa mais comum de talalgias em atletas e entre 40 e 70 anos. Pé plano e pé cavo predisponentes.

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Fratura de estresse do calcâneo

Causado por traumas repetidos de baixa intensidade. A suspeita é feita em atletas com dor plantar. Apresenta edema na tuberosidade plantar do calcâneo.

Rx pode ser negativo até a 3º semana sendo solicitado cintilografia ou RNM.

Tratamento – imobilização removível por 6 semanas e exercícios de ADM. Retorno gradual às atividades.

Síndrome do Túnel do Tarso

De causa neurogênica, situa-se no território de distribuição do nervo tibial.

O túnel do tarso é limitado superiormente pela cortical dorsal do calcâneo, e distalmente pela margem inferior do retináculo dos flexores. Ainda pode sofrer compressão sob a fáscia profunda do abdutor do hálux e na região subcalcaneana. O tunel do tarso é composto pelos tendões do tibial posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux, e feixe vasculonervoso.

Diagnóstico diferencial – consolidação viciosa e alterações do relevo ósseo, cistos de bainhas tendinosas, tumores, varizes, presença de músculo solear acessório, barras talocalcaneanas, deformidade em valgo do retropé, neuropatia periférica

Diagnóstico – tipo de dor (sem localização precisa, choque, queimor, latejo, ardor, dormência), localização, Tinel positivo, ENMG compatível com compressão nesse nível.

Tratamento – conservador com analgésicos, antidepressivos tricíclicos, AINH, uso de órteses, fisioterapia. Cirúrgico no caso de falha do tratamento conservador, através de descompressão do túnel do tarso pela abertura do retináculo dos flexores, abdutor do hálux e neurólise do nervo tibial.

Síndrome do Túnel Tarso Anterior

Compressão do nervo fibular profundo no REI.

Quadro Clínico: disestesia no primeiro espaço digital, Tinel no REI, atrofia extensor curto dedos.

Tratamento não cirúrgico e cirúrgico bem sucedidos.

Haglund

A tuberosidade superior e posterior do calcâneo é proeminente fazendo com que o tendão calcâneo comprima a bursa retrotendinea calcaneana.

Paciente apresenta dor na região posterior do retropé, de início gradual, que piora com a dorsiflexão do tornozelo e o atrito com o calçado.

No exame físico observa-se aumento de volume na inserção do tendão calcâneo, dor a palpação local, piora com dorsiflexão do tornozelo.

Diagnóstico diferencial – impacto posterior na borda posterior da tíbia, entesopatias do calcâneo, bursite retrotendinea calcânea.

Tratamento – conservador, com elevação do retropé, analgésicos, fisioterapia. Cirurgia após 6 meses de tratamento conservador sem sucesso, com bursectomia, ressecção da proeminência e debridamento do tendão calcâneo.

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Impacto Posterior

É o impacto do tubérculo posterior do tálus com a borda posterior da tíbia.

Pacientes apresentam dor na região posterior do retropé, que piora com a flexão plantar. Acomete principalmente atletas que realizam chutes, bailarinas e operários que acionam pedais. Pode ocorrer associação com tendinite do flexor longo do hálux.

RX de perfil mostra o tubérculo posterior aumentado ou a presença do os trigonum, que é a falta de fusão do núcleo de ossificação desse tubérculo.

RM mostra processo inflamatório.

Tratamento – conservador na fase aguda. Na maioria das vezes a cirurgia é o tratamento definitivo, com ressecção do tubérculo posterior.

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Última modificação porMarcio R4
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