Síndrome do desfiladeiro cérvico-torácico

Definição

O canal cérvico-torácico é a comunicação que há na raiz do pescoço e permite a passagem do plexo braquial e dos grandes vasos da região cervical e mediastinal até a axila.

Os limites anatômicos deste canal são formados anteriormente pela clavícula e o manúbrio esternal, medialmente pela coluna, traquéia e esôfago e lateralmente pela primeira costela.

O plexo braquial passa entre o escaleno anterior e médio, tendo como base a primeira costela, até aparecer na porção inferior da fossa clavicular.

É formado pelas raízes anteriores da quinta a oitava vértebra cervical e da primeira torácica, podendo receber contribuição de C4 ou T2.

síndrome desfiladeiro toracico

Etiologia

A compressão dos nervos do plexo braquial e dos grandes vasos (este último muito menos freqüente) na região do canal cérvico-torácico podem ocorrer por várias causas: alterações congênitas, traumas e outros distúrbios funcionais. É possível que estes nervos sejam comprimidos pelos músculos escalenos, pela clavícula e abaixo do peitoral menor.

As raízes de C7-C8 e T1 são mais comumente comprometidas, razão pela qual, as queixas habitualmente têm distribuição no território do nervo ulnar – exceção feita à compressão ao nível do pequeno peitoral, chamada Síndrome da Hiperabdução, que compromete mais a área do nervo mediano.

Diagnósticos diferenciais

Afecções da coluna cervical – hérnia de disco -, neurite cubital, síndrome do túnel do carpo, osteoartrite, tumor de Pancoast ou doenças do sistema nervoso central.

Síndrome do escaleno anterior

Ocorre com maior freqüência em pessoas de meia-idade, sexo feminino, lado direito e naqueles pacientes com postura inadequada e pobre desenvolvimento neuromuscular.
O espasmo do músculo escaleno anterior seria a explicação para o quadro compressivo mecânico, o que é possível demonstrar através do alívio dos sintomas, após bloqueio anestésico local. Poderia ser formado por: fadiga, trauma, mudança significativa da postura, plexo pós-fixado, esforço ocupacional, anomalias musculares ou vasculares.

Síndrome da costela cervical

Atribui-se a presença de costela ou proeminência da apófise transversa de C7 como causa de dor ou disfunção da região do pescoço, ombro e mão. Quando seu comprimento é superior a 05 cm, projetam-se para frente o tronco inferior e a artéria subclávia. Clinicamente observa-se que os sintomas aparecem após a fase adulta.

Síndrome costoclavicular

Compressão entre a costela e clavícula. As causas mecânicas podem ser: aumento da convexidade da primeira costela ou região lateral da clavícula, consolidação viciosa de fraturas da clavícula ou posição inadequada de indivíduos que trabalham com o membro superior elevado. O espaço também se estreita na hiperextensão do pescoço associado à abdução e queda dos ombros.

Síndrome da primeira costela

Anomalias congênitas da primeira costela, como espinha bífida, ou variações anatômicas desta estrutura podem levar à compressão neurovascular.

Síndrome da hiperabdução ou síndrome do peitoral maior

A artéria e veia subclávias, assim como o plexo, são comprimidos entre a apófise coracóide e o peitoral menor, quando o braço está em hiperabdução (quadro clínico compatível com compressão do nervo medialno)

Quadro clínico

Amplo, geralmente com sintomas de compressão nervosa do tronco inferior do plexo e da artéria e veias subclávias.

Geralmente a queixa é de dor no pescoço, ombro, parte medial do braço e antebraço, freqüentemente irradiado para baixo na distribuição do nervo ulnar, parestesia noturna e piora com o uso do membro em posições que diminuam o espaço da fossa supraclavicular.

O diagnóstico é clínico, baseado nas queixas do paciente, além:
• Manobra de Adson (diminuição do pulso à elevação do membro)
• – Com os ombros fletidos acima de 90º, cotovelos estendidos, exercitam-se energicamente as mãos. Em poucos segundos, reproduz-se os sintomas da síndrome.
– Ausculta à procura de sopros.

O RX da coluna cervical e tórax é usado para se visualizar a presença de costela cervical, megapófise ou anomalia da primeira costela.

A TC é importante para avaliar a presença de bandas fibrosas anormais entre o processo transverso de C7 e a primeira costela.

Angiografia para avaliação de aneurismas ou má formação.

A ENMG e a velocidade de condução do nervo ulnar são importantes para o diagnóstico.

Tratamento

No tratamento da Síndrome do Escaleno, o uso de calor, analgésico, relaxantes musculares, exercícios de fortalecimento dos ombros e cintura escapular, modificação dos hábitos, com correção postural e mudança de posição de dormir, darão a maioria dos pacientes alívio de seus sintomas.

Na falta de resposta após, em média, três meses, pode-se indicar a cirurgia.

– O acesso supraclavicular é mais usado nos casos de ressecção da costela cervical, bandas fibrosas e quando a opção é uma simples escalenectomia.
– O acesso transaxilar é hoje o mais utilizado para casos em que haja comprometimento de raízes baixas (C8 – T1), entretanto com possibilidade de sérias complicações.
– O acesso posterior é usado em casos de reintervenções, quando se quer ressecar mais amplamente a primeira costela, na sua origem, e às vezes a segunda costela.

A simples escalenectomia tem-se mostrado ineficaz, já que existe alta incidência de recidiva no pós-operatório imediato. A ressecção da primeira costela ou costela cervical, tem sido então advogada pela maioria dos autores.

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