Adamantinoma
=> Raro tumor primário de ossos longos (mais comum na tíbia), com semelhança histológica ao adamantinoma maxilar inferior (ameloblastoma). Alguns autores advogam que esta lesão origina-se do angioblasto e propõem que o termo seja mudado para Angioblastoma Maligno. Não há predileção por sexo, sendo mais comum a ocorrência na vida adulta (25 a 50 anos).
=> Quadro clínico: dor local (período de meses a anos) + inchaço duro localizado.
=> Radiologicamente apresenta áreas líticas arredondadas com bordas escleróticas. Pode haver imagem em bolha de sabão insuflando a cortical óssea.
=> Diagnóstico diferencial: displasia fibrosa, fibroma não ossificante, cisto ósseo aneurismático, Síndrome de Campanacci, sarcoma osteogênico, fibrossarcoma, carcinoma metastático e outros.
=> Tratamento: ressecção em bloco com ampla margem cirúrgica, se houver recidiva pode-se optar pela amputação do membro.
Ossificação Heterotópica
=> Processo não-neoplásico, as vezes relacionado com trauma caracterizado por proliferação de tecido fibroso e neoformação óssea e menos comumente de cartilagem.
=> Costuma aparecer na superfície externa do osso ou nos tecidos moles distante do periósteo. Mais comum na 3ª e 4ª décadas de vida.
=> Radiologicamente caracteriza-se por uma massa óssea bem delimitada e separada da cortical (melhor evidenciada pela TC), podendo haver reação periosteal.
=> Acometimento: cotovelo e quadril mais comum.
Formação de tecido ósseo no seio dos tecidos moles periprotéticos é complicação relativamente freqüente das artroplastias do quadril. Naturalmente, essa patologia não deve ser confundida com a miosite ossificante, que é a presença de calcificação e ossificação no seio do músculo, como resultado de trauma. Muitos fatores podem predispor ao aparecimento da ossificação heterotópica (OH): sexo, espondilite anquilosante, osteoartrose hipertrófica, trauma cirúrgico, acesso cirúrgico, tipo de fixação da prótese, etc. A presença da ossificação heterotópica torna-se aparente em torno da terceira ou quarta semana pós-operatórias e amadurece entre o terceiro e sexto meses.
=> O tratamento é conservador, exceto nas limitações articulares, bursites e compressão de estruturas neurovasculares pela massa óssea. Neste caso a cirurgia está indicada após 12 a 18 meses do término da fase de atividade da lesão.
O emprego dos antiinflamatórios não hormonais no período pós-operatório imediato, especialmente a indometacina, mostrou ser capaz de reduzir significativamente a incidência da OH. Também a irradiação ionizante, em uma única dose ou em doses fracionadas, atua de maneira eficiente na prevenção da OH.