Deformidades congênitas da fíbula

Deficiência longitudinal congênita da fíbula

GENERALIDADES

É a ausência parcial ou até total da fíbula secundária á uma falha de formação durante a 6º á 7º semana de vida intra-uterina. Não é hereditária e sua causa teratogênica é desconhecida. Geralmente vem associada com outras mal formações( anomalias congênitas do fêmur estão presentes em 3/4 dos pcte). Nas deformidades congênitas secundárias á falhas de formação a fíbula é o osso mais freqüentemente afetado seguido do rádio, fêmur, tíbia, ulna e úmero.

CLASSIFICAÇÃO de Achterman e Kalamchi:
Tipo I A : a fíbula está inteira mas hipoplásica e encurtada
Tipo I B: ausência de 1/3 á 50% da fíbula proximal
Tipo II: ausência de toda fíbula ou a presença de um fragmento fibrocartilaginoso distal

QUADRO CLÍNICO

– O membro afetado é curto com atrofia da panturrilha. No tipo IA, o encurtamento é mínimo (< 02 cm) com o maléolo lateral voltado para cima e o tornozelo em discreto valgismo. Quanto maior a deficiência da fíbula maior será o encurtamento tibial.
– A tíbia no tipo II apresenta uma angulação anteromedial (pode estar presente também no tipo I) e uma depressão da pele no ápice da curva, o encurtamento é maior que no tipo I. A posição do pé em equinovalgo é mais comum no tipo II, devido a contratura do tríceps, fibulares e “anlage” fibroso.
– Existem associações com coalizão do tarso (talocalcaneana) e ausência dos raios laterais do pé (4º e 5º)
– Em ambos os tipos, o joelho encontra-se instável (ausência dos ligamentos cruzados anterior e posterior) e em angulação valga variada (devido a hipoplasia do côndilo lateral do fêmur).

TRATAMENTO

O objetivo do tratamento consiste em equalizar o comprimento dos MMII e fornecer um pé funcional ao paciente para sustentação de peso:

– Tipo I: tratamento conservador. No RN utiliza-se exercícios de alongamento do tríceps e fibulares com órtese noturna para pé e tornozelo (em neutro). Ao deambular utiliza-se um salto para compensar a coluna, corrigindo a claudicação. Na idade óssea adequada pode ser feita uma epifisiodese (do membro mais longo). Se houver associação com deformidade valga do tornozelo (> 15 a 20º) pode-se realizar osteotomia supramaleolar

– Tipo II: se o pé estiver com 02 raios, hipoplásico com ausência ou coalizão dos ossos do tarso e controle motor insatisfatório do tornozelo, opta-se pela amputação de Syme. Deverá ser executada antes da deambulação, pois facilita a adaptação da criança com a prótese. Pés com 03 a 04 raios com bom tamanho e controle motor devem ser preservados, corrigindo apenas a deformidade em equinovalgus (secção dos tendões fibulares, ligamento calcaneofibular e anlage cartilaginoso da fíbula), e uma órtese noturna pé e tornozelo.
– O alongamento tibial é executado em crianças mais velhas (08 a 10 anos) pela técnica de Ilizarov (com colocação de pinos em calcâneo para controle do valgismo do tornozelo)

Pseudoartrose congênita da fíbula

GENERALIDADES

É uma afecção rara geralmente associada com pseudoartrose da tíbia, porém podem se apresentar sob outras formas :
– Arqueamento fibular sem pseudoartrose
Pseudoartrose da fíbula sem deformidade do tornozelo (valgo)
Pseudoartrose da fíbula com deformidade valga do tornozelo sem pseudoartrose da tíbia
Pseudoartrose fíbula e tibia(esta tardia) com deformidade em valgo do tornozelo

ASPECTOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS

– Tumefação e dor no local da pseudoartrose
– Valgismo do tornozelo
– Encurtamento da perna (devido ao envolvimento concomitante da tíbia )
– O maléolo lateral aponta para cima em relação ao medial
– O rx revelará estenose do canal medular fibular, fratura com extremidades afiladas

TRATAMENTO

– Arqueamento da fíbula sem pseudoartrose não necessita de tratamento
Pseudoartrose tíbio-fibular: excisão do tecido ósseo hamartomatoso + enxerto posterior
Pseudoartrose da fíbula sem deformidade valga do tornozelo: excisão da pseudoartrose + enxerto ósseo + fixação intramedular ou a técnica de Langerskiold (fusão da metáfise tíbio-fibular distal)

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Última modificação porMarcio R4
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