É uma alteração motora caracterizada por hiperatividade muscular, que produz contração involuntária dos músculos envolvidos. É associada também à exacerbação dos reflexos.
No membro superior, os músculos mais comumente atingidos são os flexores do cotovelo (como o bíceps, por exemplo), flexores do punho (em especial o flexor ulnar do carpo), flexores dos dedos, músculo pronador redondo (responsável por manter a palma da mão “virada para baixo”). Alguns músculos da palma da mão responsáveis por alguns movimentos do polegar também podem estar envolvidos, fazendo com que muitas vezes o polegar fique empalmado (“fechado na palma da mão”).
Espasticidade geralmente está presente em pacientes que tiveram AVC, paralisia cerebral, traumatismo crânio-encefálico, lesão medular e outras afecções neurológicas.
Contratura muscular pode se estabelecer devido à espasticidade, fazendo com que os músculos e o tecido existente em volta deles (fáscia) fiquem permanentemente retraídos. Tornando impossível estender os dedos, por exemplo, mesmo que o paciente esteja relaxado ou dormindo.
Fisioterapia/ terapia ocupacional e utilização de órteses são importantes para prevenção de contraturas. Botox pode ser usado para paralisação temporária da musculatura espástica e incremento da reabilitação no período em que a toxina está ativa.
Muitas vezes tratamento cirúrgico é necessário.
O objetivo principal do tratamento pode variar dependendo do caso. Muitas vezes, visa melhora da função e da qualidade de vida, pode propiciar também melhora do aspecto estético evitando posições estigmatizantes, e algumas vezes, cirurgia é necessária para que se possa realizar higiene do membro sem dificuldade (nos casos em que a mão fica permanentemente fechada e não se consegue higienizar a palma, por exemplo).
Diversas opções existem e o especialista irá avaliar de acordo com o exame físico e o aspecto funcional do membro, qual a melhor técnica a ser empregada em cada caso.
Entre as opções existentes, temos:
– liberações de contraturas musculares; alongamentos tendíneos, que podem ser realizados através de diferentes formas, dependendo de quanto será necessário alongar os tendões;
– transferências tendíneas;
– artrodeses, em alguns casos em que há muita deformidade e a articulação já está comprometida (indicada algumas vezes para deformidades do punho).
– Há ainda, técnicas que agem diretamente na inervação, visando diminuir espasticidade, principalmente em casos que não haja contratura importante estabelecida. Trata-se das neurectomias hiperseletivas. Técnica microcirúrgica em que agimos no ponto de entrada de pequenos ramos nervosos no músculo espástico.