Osteotomia peri acetabular

A displasia acetabular pode ser uma causa de osteoartrite secundária.
Com a diminuição do ângulo centro-borda, a superfície articular da cabeça femoral fica descoberta, e há um aumento do estresse sobre a região de carga levando a artrite.
O objetivo da reconstrução acetabular é cobrir a cabeça femoral e melhorar o eixo mecânico do quadril.

Osteotomias de rotação

Osteotomia do inominado de Salter

Salter

Objetivo: redirecionar todo o acetábulo sem mudar a capacidade ou forma
– Rotação máxima: 10º adução e 25º extensão
– Osteotomia transversa no ápice da incisura isquiática maior até um ponto acima da espinha ilíaca anteroinferior
– Todo o fragmento distal é inclinado inferiormente e lateralmente, fazendo fulcro na sínfise púbica
– Colocado um enxerto de ilíaco em cunha para manter a osteotomia

Indicações:
– > 18 meses (antes disso, melhor resultado pode ser obtido com outros métodos)
– Subluxação sem cirurgia prévia ou subluxação residual após tratamento: 6 meses até vida adulta
– Luxação sem cirurgia prévia ou luxação residual após tratamento: de 18 meses até 6 anos

Pré-requisitos:
– Possibilidade de colocação da cabeça femoral em oposição ao acetábulo
– Pode necessitar de tração -> Se muita pressão: risco de ONCF
– Liberação das contraturas do psoas e adutores
– Redução concêntrica e completa da cabeça femoral na profundidade do acetábulo verdadeiro
– Congruência articular razoável
– – Especialmente em flexão, abdução e rotação interna: será posição relativa após cirurgia
– ADM boa (60%), especialmente abdução, rotação interna e flexão
– Espaço articular razoável: pelo menos ½ do esperado para a idade

Osteotomia tripla do inominado de Steel

Steel

Feita nos planos do ilíaco, ísquio e púbis
– Permite > rotação do que a de Salter e melhor correção nos mais velhos

Indicações: crianças mais velhas e adultos com acetábulo displásico

Pré-requisitos:
– Congruência adequada, sem grandes alterações degenerativas
– Cabeça femoral deve estar situada no acetábulo
– ADM deve ser funcional

Contra-indicações: não ter pré-requisitos, doença neuromuscular, anquilose fibrosa

Osteotomia dupla do inominado de Sutherland

Uma osteotomia de Salter + osteotomia entre a sínfise púbica e o forame obturatório
– Permite desvio medial do quadril se ressecar uma faixa longitudinal do púbis

Indicações:
– > 6 anos com luxação ou subluxação – Sem doença degenerativa avançada – ADM boa
– Contra-indicações: estreitamento articular, esclerose subcondral, deformidade da cabeça femoral

Osteotomia pericapsular incompleta do ilíaco de Pemberton

Osteotomia tem início entre as EIAS e EIAI e progride ao redor do acetábulo até a cartilagem trirradiada
– Acetábulo esférico é transformado em cônico e lentamente remodelado para esférico

Indicações:
– Mais efetivo entre 18 meses e 6 anos: capacidade boa de remodelação do acetábulo
– Limite de 12 anos: fechamento da cartilagem trirradiada – contra-indicação relativa
– Especialmente útil para quadris estáveis somente com muita abdução e rotação interna

Pré-requisitos:
– Redução concêntrica
– ADM adequada
– Congruência adequada

Osteotomia pélvica combinada (Pembersal)

Osteotomia de Pemberton até a cartilagem trirradiada
– Faz fratura em galho verde na cartilagem trirradiada, através do ísquio
– Rotação do eixo através da sínfise púbica e da fratura em galho verde
– Permite maior correção

Ostotomia periacetabular de Ganz 

Ganz1

Para tratamento de displasia do quadril em adultos
Osteotomia triplanar, muito difícil tecnicamente (1983)

Indicada em adultos ou adolescentes com a placa fisária fechada
Se houver uma degeneração da cabeça femoral, pode ser associada uma osteotomia femoral proximal

Complicações: paralisia temporal do nervo femoral, correção excessiva, subluxação femoral secundária, complicação na via ílio-inguinal (recomendação da via Smith-Peterson, pois fornece uma grande exposição da articulação e da cápsula anterior), osteonecrose, pseudoartrose, ossificação heterotrófica e perda da fixação

Vantagens: somente uma via é utilizada, grande quantidade de correção pode ser obtida em todos os planos, inclusive lateral e medial, suprimento sanguíneo ao acetábulo é preservado, a coluna posterior da hemipelve mantêm-se mecanicamente estável, permitindo marcha com muleta imediata, não ocorre alteração do anel pélvico

Osteotomias de salvação

Shelf

Objetivo: aumento do volume acetabular e prevenção da migração lateral e para cima da cabeça femoral em quadris displásicos

Princípio: mover um pedaço de osso sobre a cápsula articular anterior e lateralmente
– cápsula converte-se em fibrocartilagem

Indicações:
– acetábulo com deficiência que não pode ser corrigido por rotação acetabular
– idade: 3 anos até adulto jovem

Contra-indicações:
– Quadril displásico com congruência esférica que permite procedimento de rotação
– Luxação franca que necessita de redução aberta e estabilização suplementar

Técnica:
– Desenha-se ângulo CE de Wiberg normal e atual
– Medida da largura necessária para estender o acetábulo para atingir um ângulo CE normal
– Via de Smith-Petersen
– Confecção de canal para o enxerto com assoalho de cartilagem articular e pouco osso
– Profundidade deve ser de 1 cm e em osso esponjoso
– Retirada de tiras de osso cortical e esponjoso do ilíaco
– Primeira camada mais fina e segunda camada mais grossa com disposição ortogonal
– Camadas do enxerto são fixas pela reinserção do reto femoral

Vantagens: extra-articular, não altera o anel pélvico, não altera a anatomia para ATQ

Artroplastia de Colonna-Hey Groves

Indicações (pouco utilizada):
– Luxação completa, não subluxação, do quadril displásico
– Idade entre 3-8 anos
– Cabeça femoral deve estar o mais próximo do normal possível para sucesso
– Telescopagem deve ser demonstrada para trazer a cabeça femoral ao acetábulo verdadeiro

Contra-indicações: anormalidades congênitas múltiplas e paralisia espástica

Técnica:
– Feita em dois estágios
– 1º estágio: alongamento dos isquiotibiais e tenotomia adutora seguida de tração
– 2º estágio: artroplastia capsular
– Cápsula redundante é amarrada na cabeça femoral
– Fresamento acetabular
– Redução da cabeça femoral coberta pela cápsula no acetábulo

Resultados: altas taxas de rigidez

Osteotomia de desvio pélvico medial de Chiari

Chiari

– Corte do ilíaco na margem superior do acetábulo
– Desvio do fragmento distal da pelve para medial
– Ilíaco torna-se o teto do acetábulo e cápsula torna-se fibrocartilagem por metaplasia

Indicações:
– Melhores resultados em menores de 45 anos de idade
– Luxação completa, não subluxação, do quadril displásico
– Idade entre 3-8 anos
– Cabeça femoral deve estar o mais próximo o normal o possível para sucesso
– Telescopagem deve ser demonstrada para trazer a cabeça femoral ao acetábulo verdadeiro
– DDQ em crianças maiores e adultos ou displasia dolorosa com ou sem artrose
– Instabilidade grosseira em quadril não congruente
– Melhor indicação: quadril com subluxação estabelecida, doloroso e com sinais precoces de artrose confinados à porção superior da superfície articular
– Outras indicações: coxa magna da doença de Legg-Calvé-Perthes, ONCF após tratamento para DDQ. Útil também para doentes com doença neuromuscular com luxação

Contra-indicações: anormalidades congênitas múltiplas e paralisia espástica

– Contra-indicações: possibilidade de fazer osteotomia de rotação

Técnica:
– Via de Smith-Petersen e exposição da borda superior da cápsula articular
– Dissecção subperiostal até exposição da incisura isquiática
– Osteótomo 0,5 polegada proximalmente à cápsula direcionado 15º superiormente e medialmente
– Osteotomia deve ser completada com serra de Gigli passada pela incisura isquiática maior
– Após osteotomia, membro é forçado em abdução, desviando a pelve medialmente
– Desvio deve ser entre 1/2 a 2/3
– Parafusos de compressão ou FK são colocados para fixar a osteotomia
– Cobertura lateral pode ser aumentada com enxerto adicional
– – Possibilita diminuição da dor, mas pode limitar a mobilidade do quadril

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Última modificação porMarcio R4
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