Infecções osteoarticulares

Conceitos gerais

Osteomielite – infecção por qualquer agente infeccioso e de sua medular
• Osteíte – infecção da cortical óssea isolada
• Infecção de partes moles – pele, subcutâneo, músculos, fáscia, tendões, ligamentos e bolsa sinovial
• Pioartrite (artrite séptica) – processo da articulação propriamente dita e de sua sinovial

=> Vias de contaminação
Hematogênica – pela circulação
Por contiguidade – vizinhança
Implantação direta – ferimentos perfurantes / punções
Infecção pós-operatória

=> Critérios de Morey:
T < 38,3 oC
Dor articular que piora com movimento
Inchaço da articulação
Sintomas sistêmicos
Ausência de outros processos patológicos
Resposta satisfatória aos antibióticos

=> Postulados de Koch:
O organismo deve ser identificado no local da doença
O organismo não deve ser encontrado em outras doenças
O organismo deve ser capaz de produzir a doença em outros animais
O organismo deve ser identificado na doença que ele produziu

Tenossinovite infecciosa da mão

– Infecção na bainha tendínea dos tendões flexores
– Resultado da disseminação de infecções da polpa digital ou ferimento das pregas flexoras

Quadro Clínico

– Sinais cardinais de Kanavel para tenossinovite supurativa
– Dolorimento sobre a bainha envolvida
– Posição rígida do dedo em flexão
– Dor à tentativa de hiperextensão dos dedos
– Edema da parte envolvida

Tratamento

– Precoce (<48 horas): tratamento com antibiótico

– Drenagem cirúrgica: pressão do compartimento pode elevar
– Tendões sofrem isquemia

Técnicas:
– Aberta: cicatrização e reabilitação prolongadas
– – Pode não recuperar ADM completa
– Fechada: mais usada

Miosite

– Infecção muscular espontânea

Diagnóstico diferencial

Neoplasia, osteomielite, hematoma, contusão de musculatura profunda

Diagnóstico

– VHS quase sempre aumentado
– Hemocultura ocasionalmente (+)
– USG e TC: localizam a doença e auxiliam na coleta de material para cultura
– RNM: dá informações das partes moles regionais e é a melhor para avaliação

Fases e Tratamento

Fase inicial: instalação insidiosa de dor ± febre baixa
– Sintomas aumentam progressivamente
– Tratamento bem sucedido com antibióticos

Fase tardia: flutuação com sintomas sistêmicos mais graves
– Pode necessitar de drenagem

Abscesso de psoas

– Primário ou secudário a apendicite ou doença inflamatória intestinal

– Diferencial com pioartrite de quadril é difícil

– Sinal do psoas: útil para diferenciar de pioartrite
– Rotação interna e externa com quadril em flexão e extensão
– Melhora da dor com flexão: sinal do psoas (+)

Sífilis

– Formas: adquirida ou congênita
– Disseminação: hematogênica

– Óssea congênita: não acomete articulação
– Ocorre na metáfise e diáfise: tíbia, fêmur, úmero e ossos do crânio
– Nascimento: estígma pode estar presente ou desenvolver em 1 ou 2 mees

Quadro clínico

– Envolvimento simétrico
– Espiroqueta pode ser isolada
– Necrose e pús
– Metafisite sifilítica
Fratura patológica
– Aspecto serrilhado justa epifisário
– Tecido ósseo normal substituído por tecido de granulação
– Alargamento fisário
– Erosão e infarto na zona de calcificação provisória
– Linha densa ou radioluscente

– Disseminação da infecção óssea
– Através do canal medular
– do córtex ao periósteo: reação periostal em toda a diáfise

– Adolescente: osteoperiostose sifilítica
– Edema denso e circunscrito sobre o lado convexo do osso
– Na tíbia: aposição de osso subperiostal -> tibia em sabre
– Periostite e osteoperiostite: forma aguda do estágio tardio da sífilis
– Diferença com osteomielite piogênica: ausência de dor
– Tratamento: penicilina

Doença articular

– Osteocondrite sifilítica de Parrot: primeiros 3 meses de vida
– Forma de epifisite que acomete mais frequentemente os membros superiores
– Ombros, punho e joelhos
– Edema e dor na região justa epifisária
– Pode ocorrer separação epifisária completa -> pseudoparalisia de Parrot
– RX: espessamento periostal, alargamento fisário, metáfise em taça
– Reação de Wassermann: fortemente (+) no aspirado articular
– Tratamento: doses adequadas de penicilina
– Prognóstico: pode evoluir com deformidade angular ou de comprimento

Articulação de Clutton

– Manifestação tardia, 6-16 anos
– Insidiosa com hidrartrose simétrica dos joelhos
– Sem febre
– Ocasionalmente cotovelos
– Manutenção da deambulação
– Artrocentese: leucocitose 10.000-45.000 com predomínio linfocítico
– Prognóstico: evolução com recuperação em alguns anos sem dano articular permanente
– Não responde a antibioticoterapia

Infecção pélvica e de sacroilíacas

– sintomas variáveis

Exame físico

– dor à compressão da sacrilíaca (teste de Gaenslen)
– FABER (flexão, abdução e rotação externa)

Diagnóstico diferencial

– pioartrite do quadril
– dor é maior à rotação interna na pioartrite e à rotação externa na sacroiliíte
– apendicite

Exames

– RX: sem alterações nas 1as 2 semanas
– Sinal mais precoce: desaparecimento das margens subcondrais e erosão -> achado tardio

– Cintilografia, TC e RNM são mais úteis

Tratamento

Geralmente podem ser tratadas sem cirurgia

Última modificação porMarcio R4
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