Fraturas e luxações na mão

A maioria destras fraturas acontece no final da infância e nos adultos jovens até os 40-45 anos. 

As falanges são os ossos que ficam sob a pele depois que os dedos se diferenciam e “acaba a palma da mão”.

A maioria das fraturas das falanges é estável e pode ser tratadas de forma não operatória, mesmo que necessite de redução. 

Fraturas da falange distal

Correspondem a mais de 50% das fraturas da mão, sendo a falange distal do dedo médio a mais lesada. A maioria das fraturas são produzidas por esmagamento e classificam-se em:
– Longitudinais
– Transversas
– Cominutas (casca de ovo)

Tratamento:

A) Sem desvio ou cominuta: imobilização da art IFD com uma férula cobrindo volar e dorsalmente a falange distal por 03 a 04 semanas (proteção).
B) Com desvio: pode ocorrer nas fraturas transversas e a conduta é redução e manutenção em tala externa ou c/ um fio de Kirschner liso

Fraturas da falange média e proximal

 Desvios na fraturas das falanges da mão
 Desvios na fraturas das falanges: provocados pelos músculos

As fraturas de falange média são as menos frequentes e as forças deformadoras são a tira central extensora (dorso) e o flexor superficial dos dedos (volar).

As fraturas da falange proximal apresentam deformidade em angulação volar devido á flexão do fragmento proximal pelos interósseos e hiperextensão do fragmento distal pelo tendão extensor que se insere na base da falange média

Tratamento
:

A) Fraturas extra-articulares s/ desvio ou transversas impactadas alinhadas: fixação ao dedo vizinho e liberação para exercícios ativos de amplitude de movimento. Nas fraturas transversas da base de F1 imobiliza-se em flexão da MTF (90º) com uma tala dorsal até a art IFP, permitindo a flexão da MTF e IFP (método de Burkhalter)

B) Fraturas extra-articulares c/ desvio: nas fraturas oblíquas ou em espiral de F1 e nas fraturas do colo de F1 o tratamento exige sempre fixação interna. As fraturas cominutivas de F1 e F2 são melhor tratadas com fixador externo ou enxertia óssea primária retardada.

C) Fraturas intra articulares s/ desvio: fixação ao dedo vizinho e liberação p/ amplitude de movimentação precoce. Avaliação semanal p/ evitar que consolide desviada.

D) Fraturas intra articulares c/ desvio: é necessária a reconstrução anatômica da superfície articular por RAFI. Nas fraturas cominutivas está indicado fixação externa.

Fraturas do metacarpo (exceto polegar)

São divididas de acordo com a localização anatômica: cabeça, colo, diáfise e base.

– As fraturas do colo são deformadas em angulação dorsal pelos interósseos dorsais e palmares, tornando-se instáveis. A fratura do colo do 5º é uma das mais comuns, sendo conhecida como fratura do boxeador ou do brigão.

– As fraturas da cabeça são distais a inserção dos ligamentos colaterais dos metacarpos, lembrando que eles ficam relaxados em extensão e retesados em flexão (devido a anatomia da cabeça do mtc – efeito “CAM” excêntrico). Portanto as art MTF jamais devem ser imobilizadas em extensão pois, os ligamentos colaterais podem enrijecer e encurtar.

– As fraturas da diáfise são anguladas dorsalmente pelos músculos interósseos dorsais e palmares e, quanto mais distante da art MTF estiver a fratura, mais angulada estará.Observe que mínima angulação poderá ser aceita nas fraturas do 2º e 3º, visto que a art CMC são mais rígidas que os outros dedos, portanto não há movimentação compensadora. Estas fraturas são divididas em 03 tipos : transversas, oblíquas e cominutivas.

– As fraturas da base são secundárias geralmente a um esmagamento e usualmente são estáveis, porém não se aceita o menor desvio rotacional, pois é amplificado na extremidade digital. Existem fraturas ocultas que podem ser identificadas pela incidência de Brewerton (AP c/ flexão dorsal do punho + ampola a 30º do lado ulnar).

Tratamento:

O tratamento não operatório deve ser realizado em posição de James de segurança ou intrínseco plus (70-70 graus de flexão das metacarpofalângicas e extensão das interfalângicas). Não deve ultrapassar de 3-4 semanas pelo aumento de risco de rigidez pós tratamento. É interessante ressaltar que neste período não há consolidação radiográfica. Se aguardamos a consolidação aparecer na radiografia, a chance de perda de mobilidade é enorme.

correto imobilizacao do metacarpo james
Posição de James de segurança ou intrinsic plus

A) Fraturas da cabeça:
– se for intra-articular faz-se a redução fechada e fixação percutânea.
– se for uma fratura cominutiva que impeça a RAFI realiza-se uma incidência sob tração manual e, se ela mostrar um melhor alinhamento na superfície articular, utiliza-se um fixador externo; caso não haja melhora neste alinhamento imobiliza-se por um curto período (para aliviar a dor) e, em seguida, inicia a movimentação ativa precoce (na tentativa de moldar a cominuição articular pela amplitude de movimento, evitando uma limitação álgica da art mtf)

B) Fratura do colo e da cabeça extra-articular:
– as deformidades em flexão de 50º (5º qrd) e 30º (4º qrd) são aceitáveis devido a mobilidade compensatória da art CMC deste dedos. Como as art CMC do 2º e 3º mtc são mais fixas, não se aceita deformidade do colo > 10 a 15º.
– Em desvios maiores realiza-se a redução fechada com fixação percutânea. A redução é feita pelo método de Jahss: art MTF a 90º + IFP a 90º, realiza-se uma força na angulação dorsal e a base da falange proximal é usada para empurrar a cabeça do metacarpo (reduzindo-a).

C) Fratura da diáfise: o tratamento é direcionado para se evitar o encurtamento, angulação e desvio rotacional.
– Em fraturas transversas a RAFI está indicada quando a manipulação fechada e fixação percutânea não puder ser obtida.
– Nas fraturas oblíquas ou espirais o encurtamento é o mais comum (se não houver angulação é aceitável até 05 mm), portanto trata-se com imobilização externa. Um encurtamento maior que o aceitável está indicada a RAFI (parafusos interfragmentários) . Observe que o 3º e 4º MTC possui um encurtamento menor devido a contenção pelo ligamento metacárpico transverso profundo.
– Nas fraturas cominutivas estáveis s/ desvio são tratadas com imobilização externa (movimentação precoce dos dedos). Existem situações em que a fixação interna pode ser feita, dependerá da experiencia do cirurgião ao analisar o Rx.

D) Fraturas da base: o tratamento é o mesmo para fraturas cominutivas da diáfise.

Fraturas do metacarpo do polegar

A maioria das fraturas do metacarpo do polegar ocorrem na base ou proximo a ela, sendo importante diferenciar as fraturas extra-articulares( mais comum) das intra-articulares.

Tratamento:

A) Fraturas intra-articulares: é necessário reduzir a superfície articular, portanto iniciamente tenta-se a redução fechada c/ FP e, se não conseguir, faz-se a RAFI. Se for utilizado fios de Kirschner, eles serão removidos com 04 a 06 semanas e em seguida encaminha-se para a fisioterapia .

B) Fraturas extra-articulares: podem ser oblíquas ou transversas( mais comum). Nas fraturas oblíquas realiza-se a redução fechada c/ FP e caso contrário opta-se pela RAFI. Nas fraturas transversas realiza-se a manipulação fechada (sob anestesia) com imobilização externa por 04 semanas.

Luxações Metacarpo-falângicas

Interposição da placa volar
Interposição da placa volar

Epidemiologia: Menos comuns que interfalângicas. Mais comuns no indicador.

Mecanismo de trauma: Placa volar (principal obstáculo à redução) é avulsionada da inserção palmar proximal e desviada dorsalmente interpondo-se na articulação -> os tendões flexores são desviados para ulnar -> os colaterais laterais luxam dorsalmente e encarceram a falange -> os lumbricais e pedículo desviam-se radialmente.

Tratamento:
– Se luxação incompleta, redução fechada fácil (hiperextensão + flexão)
– Se completa, 50% requer redução aberta.
Técnica: Kaplan –> abordagem volar, liberações natatório e transverso, redução e reinserção da placa volar. Imobilizar por 1 semana.

Luxações interfalângicas

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Avaliação da mão traumatizada
Última modificação porMarcio R4
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