Definição
Fratura da tíbia distal na região metafisoepifisaria (quadrado de Heim), na área de carga, podendo haver cominuição metafisaria.
Etiologia
Trauma axial
– Pode ser causada pelo 5º mecanismo de trauma de Lauge-Hansen (pronação dorsoflexão com trauma axial)
– Eventualmente também pode ser causada por associação rotacional
– Se flexão plantar, fratura a porção posterior da tíbia, se flexão dorsal, superfície anterior
– Mais comummente, quedas de alturas ou traumas automobilisticos
Epidemiologia
1% das fraturas dos MMII
10% das fraturas da tíbia
Associação: ossos do retropé, ossos longos dos MMII, bacia, coluna
Fisiopatologia
Tálus age como martelo na superfície articular da tíbia
Fíbula geralmente fratura, mas em 25% dos casos não fratura, e pode haver ou não ruptura da sindesmose.
Classificação
RUEDI E ALLGOWER – baseada na cominucao e desvio
1. sem desvio, sem cominucao
2. cominucao e incongruências moderadas
3. acentuadas cominucao e congruência
OTA
A – extra articular
A1: metafisária simples
A2: em cunha
A3: complexa
B – intra articulares parciais
B1: cisalhamento
B2: idem com compressão
B3: depressão multifragmentaris
C – intra articular completa
C1: articular e metafisária simples
C2: metafisária cominuta
C3: articular cominuta
LAUGE-HANSEN
Dorsoflexão forçada com fratura vertical do maléolo medial, com impacção da superfície articular da tíbia
KELLAN E WADDELL
Rotacional
Compressão axial
Exame físico
Grande edema e lesão de partes moles. Exame neurovascular.
Exames de imagem
RX (AP e P): já dão o diagnóstico
TC: melhor entendimento da fratura (fragmentos e desvios)
Tratamento
Tratamento conservador: se não houver desvio
Tratamento cirúrgico:
1. fíbula
2. superfície articular
3. enxerto ósseo na metáfise
4. placa regiao distal e medial da tíbia
Deve-se fazer nas primeiras 8 horas do trauma, ou faz depois de 7 a 10 dias
– Incisão deve ser feita anteriormente aos fragmentos de maior tamanho
– Distância entre incisões maior que 7 cm
Opções:
– fixador externo
– FK
Podem ser necessários enxertos vascularizados totais, grande dorsal, reto abdominal ou antebraço, onde a pele é mais parecida
Últimas tendências é de se utilizar cada vez mais sínteses menos invasivas
*Abandonados: tração calcaneana, pino gesso, fixação transarticular com pinos ou fixação isolada da fíbula.
Prognóstico
Trauma axial tem pior prognóstico do que movimentos de rotação ou cisalhamento
Complicações
– Infecção
– Deiscência
– Artrose
Fratura de pilão tibial na criança
Qualquer fratura do pilão tibial com envolvimento articular e fisário com desvio > 5 mm
Classificação de Letts
– Tipo I: cominuição mínima, sem desvio fisário
– Tipo II: cominuição com desvio < 5 mm
– Tipo III: cominuição com desvio > 5 mm
Tratamento
– Se cirúrgico, operar nas 1ª 12 horas ou após 5-7 dias, com melhora do edema