Estenose Vertebral Lombar

Generalidades

=> Qualquer tipo de estreitamento do canal espinhal ou radicular (forame intervertebral), causado por parte óssea ou partes moles. É necessário haver sintomatologia.
=> A compressão pode ser central ou lateral:
– A estenose central ocorre no canal medular que é delimitado anteriormente pelos corpos e discos vertebrais e posteriormente por parte das apófises articulares, lâminas, pedículos e ligamentos amarelos (entre as duas lâminas).
– A estenose lateral é a compressão no canal radicular (divide-se em 03 zonas) que começa no ponto em que a bainha da raiz sai do saco dural e termina quando a raiz sai do forame de conjugação.

Classificação de Arnoldi

=> O tipo mais comum é a estenose degenerativa (mais freqüente em homens > 50 anos). Ocorre ao nível do disco intervertebral (protusão discal), hipertrofia do ligamento amarelo, formações osteofitárias, hipertrofia da cápsula articular do processo articular (estenose foraminal).
=> A forma do canal medular é importante, pois 15% da população apresentam a forma em trevo, que é mais vulnerável a alterações degenerativas.
– As formas mais comuns são a ovóide e a triangular.
– O diâmetro sagital do canal mede cerca de 12 mm

Quadro Clínico

Dividido em síndromes:

=> Claudicação neurogênica intermitente (mais comum): dor irradiada na perna sem localização precisa, associada a adormecimento e fraqueza. Melhora com a flexão e acentua com a extensão da coluna lombar. Deve ser diferenciado da claudicação vascular (esta desaparece c/ o repouso). A alteração do reflexo patelar pode ser vista na estenose central.

=> Dor radicular ciatálgica: geralmente evidenciada na estenose lateral, apresenta dores melhor localizadas (devido a compressão radicular). Fraqueza do membro, adormecimento, dor ciática (sinal de Lasegue pode estar presente)

=> Dor atípica do membro inferior: localização vaga e distribuição não radicular

=> Síndrome da cauda eqüina: corresponde a compressão da cauda eqüina na região lombar levando a perda parcial ou total da função urinária, intestinal e sexual, paralisia do assoalho da pelve menor e paralisia dos MMII (se a compressão for um pouco mais alta).
– Aguda: desenvolve-se em horas a dias, sendo secundário a hérnia discal (mais comum), mas pode haver outras causas como: infecção, tumores, fraturas. Quadro clínico: anestesia na região perianal (nádegas, períneo, clitóris, escroto, pênis), ausência do reflexo anal e bulbocavernoso, lasegue bilateral, distenção da bexiga (devido a retenção urinária), obstipação, anestesia plantar, hiporreflexia e paresia de MMII.
– Crônica: o quadro clínico é mais sutil, com lombociatalgia crônica, podendo haver diminuição do tônus retal e alteração da sensibilidade perianal, incontinência urinária ou urgência miccional de início gradual durante meses ou anos. Tais achados podem estar ausentes com o repouso e presentes ao caminhar ou durante a extensão lombar. A causa mais comum é a estenose lombar.

Exames de imagem

=> Rx : pode mostrar alterações degenerativas, espondilolistese, escoliose degenerativa, etc. A hérnia discal lombar pode estar associadas a alterações congênitas na transição lombosacra como lombarização de S1 ou sacralização de L5 (estresse anormal no disco)

=> mielografia: muito usado no passado em associação com a TC, atualmente está indicado em estenose lombar associado a escoliose (a interpretação da imagem da RM é complexa)

=> TC axial: importante para avaliar a parte óssea da estenose do canal

=> RNM: é o exame de escolha p/ avaliar a estenose do canal medular (central ou lateral)

=> Eletroneuromiografia: útil na estenose lateral

Tratamento

=> Conservador: indicado se não houver alterações neurológicas. Consiste de repouso, controle da atividade física e medicação (aines, analgésicos e relaxantes musculares). O corticóide epidural é indicada em radiculopatias graves. Os coletes podem estar indicados em alterações degenerativas de múltiplos níveis.

=> Cirúrgico: indicado em pacientes com dores intoleráveis nas atividades de rotina, mesmo com o tratamento conservador ou pacientes com alterações esfincterianas devido a síndrome da cauda eqüina (nos casos agudos a cirurgia é de urgência).
– Nos pacientes com síndrome da cauda eqüina crônica deve passar inicialmente pela avaliação do urologista antes de submeter-se ao tratamento cirúrgico, que consiste de descompressão da área estenótica, mediante laminotomia múltipla, laminectomia total (se for preciso uma descompressão maior), osteotomia do processo articular (em casos de estenose do canal radicular).
– O objetivo da cirurgia é evitar a piora do quadro clínico, pois o pacientes podem persistir no pós-operatório com sintomas residuais, como a lombalgia. Nos casos de síndrome da cauda eqüina crônica a recuperação é lenta e incompleta e se persistirem sinais como anestesia em sela ou ciatalgia bilateral, considera-se mau prognóstico.

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Última modificação porMarcio R4
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