Osteocondrite dissecante do tornozelo

As lesões dos tecidos condral e osteocondral do tornozelo se relacionam comumente com a entorse de tornozelo.

Também conhecida como osteocondrite dissecante do tálus.

Tálus

O tálus é um osso localizado no tornozelo e cumpre a função de ser intermediário entre a perna e pé. Trata-se de um osso pequeno, recoberto quase que totalmente por cartilagem.

É nesta cartilagem que pode ocorrer uma lesão localizada, e ela é chamada de Osteocondrite Dissecante do Tálus. Geralmente, toda a cartilagem está normal, com exceção da área da lesão, de cerca de 1 cm em média. Isso difere um pouco da artrose, quando quase toda a cartilagem está lesionada.

Causas

A osteocondrite dissecante do talus pode ser apresentar duas origens: em primeiro lugar, ela pode ser causada por um trauma no qual aconteça o descolamento de um fragmento de cartilagem. A outra causa é não traumática, onde uma porção da cartilagem e do osso sofrem uma degeneração local e perdem a função normal.

Sintomas

O sintoma principal é dor crônica no tornozelo. Ainda pode ocorrer inchaço, dificuldade de caminhar e perda do movimento da articulação.

Diagnóstico

A suspeita diagnóstica da lesão osteocondral do tálus inicia‐se pela queixa de dor relacionada às atividades físicas, normalmente com história de traumas prévios. Pode ocorrer derrame articular, sensação de falseio, bloqueio articular ou pinçamento extremamente dolorosos.

O exame clinico feito na consulta médica e a confirmação é feita com exames especiais como Ressonância Magnética ou Tomografia Computadorizada.

Testar a estabilidade do tornozelo é imprescindível para o diagnóstico das instabilidades, que frequentemente se associam ou são a causa principal da lesão osteocondral do tornozelo.

Apesar da grande chance de diagnósticos falso‐negativos, as radiografias simples do tornozelo nas incidências AP, lateral e oblíquas são os primeiros exames de imagem a ser obtidos no processo diagnóstico das lesões osteocondrais do tálus.

O achado mais comum na radiologia simples é a presença de área de radiolucência mal definida no domus talar no local em que se instalou o processo patológico.

A tomografia axial computadorizada (TAC) apresenta como principal limitação a incapacidade de oferecer dados acerca da qualidade da cartilagem articular, porém é o principal recurso na avaliação das alterações ósseas associadas à lesão, mensuração e localização, além da definição dos desvios dos fragmentos, e tem, portanto, capacidade de tipificar as lesões.

A ressonância magnética (RM) fornece informações, permite a avaliação da cartilagem articular e a presença de alterações inflamatórias subcondrais e a identificação da profundidade da lesão condral. É, portanto, considerada como o recurso padrão‐ouro no diagnóstico das lesões osteocondrais.

Classificação

A classificação mais difundida e usada para as lesões osteocondrais do tálus é aquela proposta por Berndt e Harty em 1959 se baseia no grau de deslocamento do fragmento osteocondral e conta com quatro estágios:
– Estágio I – Pequena área de compressão trabecular subcondral focal;
– Estágio II– Fragmento parcialmente solto (fratura incompleta);
– Estágio III– Fragmento solto (fratura completa), porém não deslocado, e
– Estágio IV– Fragmento solto (fratura completa) e deslocado de seu leito.

Mintz et al. combinaram as observações artroscópicas às imagens de ressonância magnética para conceber sua classificação para as lesões osteocondrais do tálus que segue a mesma dinâmica das demais classificações. São possíveis seis diferentes estágios:
– Estágio 0 – Cartilagem normal;
– Estágio 1 – Hipersinal da cartilagem na RM, porém com aparência artroscópica normal;
– Estágio 2 – Fibrilação e fissuras que não alcançam o osso;
– Estágio 3 – Presença de flap cartilagíneo, com exposição do osso subcondral;
– Estágio 4 – Fragmento solto, não desviado;
– Estágio 5 – Fragmento desviado.

Tratamento

O tratamento desta lesão pode ser feito com o controle da dor com analgésicos, antinflamatorios e fisioterapia.

Além destas medidas conservadoras, pode-se tratar a osteocondrite dissecante com uma técnica especial de cirurgia chamada mosaicoplastia, onde é enxertado um fragmento de osso e cartilagem retirado do joelho. Esta técnica é de uso recente, é realizada com equipamentos especiais e apresenta bons resultados inclusive em atletas.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico das lesões osteocondrais do tornozelo pode ser dividido em cinco grupos principais de procedimentos:
– Redução e fixação dos fragmentos osteocondrais
– Estimulação da medular óssea
– Substituição da cartilagem articular
– Terapia celular regenerativa
– Implantes metálicos

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Última modificação porMarcio R4
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