Fraturas do tálus

O tálus é revestido por cartilagem articular em 60% da superfície. Os vasos nutrientes penetram pelas áreas não-articulares, pelo seio do tarso.
As fraturas do tálus incluem as fraturas do colo (mais comum), cabeça, corpo, lateral e posterior.

Anatomia

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A irrigação provem da artéria do canal do tarso (responsável por 50%, ramo de tibial posterior), artéria do seio do tarso (ramo da dorsal do pé e artéria peroneira) vasos superiores do colo, vasos do tubérculo posterior e vasos do ligamento deltóide.

Osso trígono – se fundido ao processo lateral = processo de STIEDA

Diagnóstico

RX (AP+P) e incidência de Canale e Kelly;
TC se fratura complexa ou múltiplas fraturas, porém a necessidade de redução cirúrgica imediata pode excluir sua utilização.

Incidência de Canale e Kelly
Incidência de Canale e Kelly

Classificação

Hawkins (fratura do colo)
1) vertical sem desvio (até 13% necrose)
2) desviada (com luxação subtalar = até 50% necrose)
3) desviada com luxação ou subluxação do corpo (subtalar e tibiotársica = até 80% necrose a até 50% artrose)
4) luxação do corpo e da cabeça (subtalar e talonavicular) -> Introduzido por Canale e Kelly.

 Hawkins IV
Hawkins IV

Tratamento

Redução anatômica e manutenção da redução até a consolidação.

Tipo 1: imobilização sem carga, com baixo risco de necrose.

Tipos 2 e 3: redução aberta e fixação (1 – via medial: fixação ântero-posterior, 2 – via medial e lateral: fixação ântero-posterior, 3 – via posterior: fixação póstero-anterior).

Pós-operatório

Sem carga até consolidação.
* Sinal de Hawkins (6 semanas – bom prognóstico) = ocorre na ausência de necrose (aumento da radioluscência na cúpula do tálus), atribuído à hipervascularização.
* Suspeita de necrose: PTB sem carga. Até 2/3 dos casos de necrose tem boa evolução clínica.

sinal de Hawkins
Sinal de Hawkins

Complicações

1) necrose (ausência de suprimento sanguíneo do tálus / tálus com esclerose): suspeita na ausência do sinal de Hawkins, após 6 a 8 semanas. RNM pode avaliar a necrose após 3 semanas. O paciente deve ficar sem carga até completa revascularização do tálus, que pode durar de meses a anos.

2) consolidação viciosa: angulação dorsal limita dorsiflexão, varo (mais comum: sobrecarga lateral + dor na marcha).

3) pseudoartrose e retardo de consolidação são raros.

4) artrose: tanto nos casos de necrose, como naqueles com lesão da cartilagem durante o acidente. Se sintomática: órtese inicialmente e cirúrgico na falha deste (artrodese de Blair, artrodese tibiocalcaneana, artrodese pantalar).
Artrodese tibiocalcanea:
– – técnica de Reckling modificada, na qual fizemos vias de acesso medial e lateral, ostectomia da fíbula, ressecção do maléolo medial e talectomia, comprimindo as superfícies osteotomizadas por meio do fixador de Ilizarov.
Artrodese tibio-társica:

blair
Técnica de Blair

Necrose avascular do tálus

Sinal de Hawkins = aparece entre 6-8 semanas, como osso radiotransparente na cupula do tálus e indica revascularização do tálus

Classificação da necrose na RM de Thodarson,boa a partir da 3ª semana:
– Tipo A: osso homogêneo no corpo do tálus
– Tipo B: alteração de sinal de 25% do corpo
– Tipo C: 25 a 50%
– Tipo D: mais de 50% do corpo comprometido

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Última modificação porMarcio R4
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