É a principal seqüela pós-fratura.
– Pode estar associada a dor, artrite, perda de ADM, fraqueza muscular, instabilidade cárpica, roturas tendinosas por atrito com estruturas ósseas, deformidades e STC.
– As disfunções ocorrem pela falta de restabelecimento da geometria e restauração da rádio ulnar distal.
Exames de imagem
RX
AP e perfil -> avaliar ARUD e rádiocárpica (ARC).
Em AP, medir os ângulos:
– inclinação ulnar do rádio: 20º-23º;
– relação do comprimento da ARUD 0+/-1mm.
No perfil:
– inclinação da superfície da ARUD volar: +/-:11º.
TC: ver envolvimento articular.
Classificação
Fernandez e Jupiter:
I : extra-articulares: angulação metafisária e encurtamento do rádio
II: intra articulares: envolve ARUD ou ARC
III: lesões complexas: lesões intra e extra articulares
Deformidade
Deformidades na fossa sigmóide e FCT podem levar a disfunção do punho e do movimento de translação-rotação que ocorre na pronosupino do antebraço.
– Colles: angulação dorsal no plano sagital, perda da inclinação do rádio e encurtamento no plano frontal.
– Smith e Barton: angulação palmar no plano sagital
Angulação dorsal: normal é 11º volar, pode estar invertido até 30º dorsal.
– Leva a déficit de flexão do punho e instabilidade cárpica.
Angulação Ulnar do Rádio: normal 20-23º. Diminui na consolidação viciosa.
– Leva a perda de altura do rádio com proeminência da ulna e um impacto da cabeça da ulna no carpo, com perda da congruência da ARUD. Ocorre perda do desvio ulnar do punho, diminuindo força de preensão pela perda de eficiência dos flexores e podendo evoluir com degeneração articular e artrite pós traumática.
Angulação Palmar: é a angulação volar medida no Rx em perfil.
– Mais comum nas fraturas de Smith e Barton volar, aumentando assim a angulação volar e diminuindo a extensão do punho, com paresia de extensores e subluxação dorsal da cabeça da ulna (Smith).
Encurtamento: normal 11-12 mm.
– Leva a diminuição de preensão e incapacidade funcional de pronosupinação, pelo impacto da ulna no carpo.
Incongruência articular: degraus maiores que 2mm
– risco de artrite pós traumática
Tratamento da consolidação viciosa
Fatores avaliados: idade, atividade ocupacional, dor e tolerância a deformidades.
As deformidades metafisárias de 20-30º alteram as cargas na cartilagem levando a degeneração.
Cirurgia:
– indicações: dor e deformidade articular.
Planejamento pré-operatório
– Deve ser precoce a cirurgia, após reabilitação fisioterápica com ganho de ADM e regressão do edema.
– Pode ser fazer artroscopia prévia ou apenas RX e TC.
Técnica cirúrgica
Correção da deformidade extra-articular
Corrigir alinhamento articular e da ARUD e comprimento.
– Osteotomia de adição com uso de enxerto de crista ilíaca. Faz a osteotomia no foco de fratura e coloca placa em “T”.
– Se consolidação antiga, pode-se ser necessário encurtamento da ulna associado, e usar preferencialmente uma placa LC-DCP ou DCP normal.
Outros procedimentos:
– Hemiartroplastia de interposição de Bowers
– procedimento de Wafer (Feldon) -> ressecção mínima da ulna distal
– Sauvé-Kapanji –> artrodese da ARUD com osteotomia da ulna (Baldwin)
Material de síntese:
-Fios K
-Placa em T 3.5mm (melhor)
-FE -> usar em ponte. Defeito articular. Manter por 3 – 4 semanas.
Consolidação viciosa intra-articular
Deformidade da faceta do escafóide:
– Osteotomia intra articular
– estiloidectomia radial
– Carpectomia da fileira proximal
Deformidade da faceta do semilunar:
– Osteotomia se há fragmento póstero-medial
– Artodese rádio-semilunar, se envolvimento global
Deformidade generalizada do punho:
-Osteotomia intra-articular precoce, ou artrodese do punho (útimo caso), se sinais de artrose
Deformidade anterior ou posterior:
-Ressecção óssea simples.
Se Barton, osteotomia e placa, sem enxerto.
Reabilitação pós-operatória
Tala 2 – 3 semanas, FTP: ganho de flexo-extensão e pronosupino
Retirar implantes com 1 – 1,5 anos.
Complicações
– Pseudoartrose, perda de ADM, falha de material de síntese, lesões de partes moles.
– – Tenolise e capsulotomia, para ganhar ADM pode ser feita quando da retirada do material de síntese.