Ombro, punho, joelho, tornozelo, quadril.
Príncipios
A luz e as imagens são transmitidas através do sistema de troca de lentes, até uma lente ocular, que por sua vez transmite imagem para o olho do observador ou câmera.
Sistema de lentes espessas é o mais usado nos aparelhos modernos.
Aspectos importantes: diâmetro (1,7 a 7 mm), ângulo de inclinação (ângulo entre eixo do artroscópio e uma linha perpendicular à superfície da lente varia de 0 a 120°) e campo da visão (ângulo abrangente na lente varia de 90 a 105°).
Portais
Artroscopia do ombro
1. POSTERIOR – 2 CM MEDIAL, 2 CM INFERIOR AO ÂNGULO POSTEROLATERAL DO ACRÔMIO
– é a primeira via de acesso para inserção do artroscópio
– Divisão entre os músculos supra e infra-espinhais
– Dissecção romba em direção ao coracóide
2. LATERAL – 2 CM INFERIOR A EXTREMIDADE LATERAL DO ACRÔMIO
3. ANTERIOR – PALPA CORACOIDE, PALPA ÂNGULO ÂNTERO-LATERAL DO ACRÔMIO NO MEIO, DISCRETAMENTE LATERAL (músculo-cutâneo)
– Ântero-inferior: visão direta, próximo ao tendão subescapular, logo lateral ao coracoide
– Ântero-superior: junto à borda anterior do tendão da cabeça longa do bíceps e borda anterior do supra-espinhoso
4. Superior: pouco utilizado
– Entre o ângulo da extremidade lateral da clavícula e a espinha da escápula
– Atravessa tendão do supra-espinhoso
Reparo de lesões labrais
Áreas de lesão
– I: labrum superior
– II: labrum anterior acima da incisura medioglenoidal
– III: labrum anterior abaixo da incisura medioglenoidal
– IV: póstero-inferior
– V: posterior
– VI: posterossuperior
– Tipos de lesão: flap, alça de balde, cisalhamento sem desinserção, degenerativo e SLAP
– Lesões acima do equador 3-9 horas: associada a lesão do manguito ou bíceps
– Lesões abaixo do equador: sugestivas de instabilidade
Artroscopia do tornozelo
1. ÂNTERO-MEDIAL – medial ao tendão tibial anterior (nervo e veia safena)
2. ÂNTERO-LATERAL – lateral ao fibular terceiro (ramo dorsal – fibular)
3. PÓSTERO-LATERAL – lateral ao tendão de Aquiles (nervo sural)
Indicações são:
– Auxiliar nos diagnósticos de lesões ocultas, que perpetuam as dores, mesmos após outros exames serem considerados inocentes.
– Lesões da cartilagem do tornozelo (tálus e tíbia)
– Inflamações do tecido (sinóvio) interno da articulação (sinovite)
– Corpos livres (fragmentos ósseos ou de cartilagem destacados)
– Impacto de partes moles causadores de dor ( cápsula articular ou ligamentos espessados que se chocam contra o tornozelo durante o movimento e a prática esportiva)
– Tratamento de lesões crônicas, ou agudas em atletas
– Instabilidade do tornozelo (entorses de repetição)
– Ressecção de tecidos espessados que causam dores (por impacto ou por inflamação)
– Lesões da cartilagem que dificilmente se regenera e se torna sadia novamente
– Ressecção de tecido ósseo causador de impacto ósseo e dor ao movimento
Artroscopia do cotovelo
Realizamos a artroscopia com o paciente em decúbito lateral, sob anestesia geral e bloqueio do plexo. Usamos garrote pneumático aplicado na raiz do membro.
Iniciamos o acesso articular através do portal ântero-lateral e distensão da cápsula articular com solução salina. Após a introdução da óptica, procedemos à inspeção da região anterior articular.
Utilizando a técnica de “inside out”, com a colocação de fio de
Steinmann a partir da cânula posicionada lateralmente e exteriorizada medialmente, fazemos o portal ântero-medial com segurança, sem risco de comprometimento do nervo ulnar.
Com os dois portais estabelecidos, o procedimento é iniciado. A óptica é colocada no portal ântero-medial e a instrumentação é feita pelo portal ântero-lateral.
Artroscopia de quadril
INDICAÇÕES: sintomas labrais / encurvamento / travamento / dor refratária / episódios quedas
AUXILIA: corpo livre e defeito condral / coxalgia crônica do Perthes / sintomas mecânicos da coxartrose / avaliação pré-op de necrose avascular (NAV) para enxerto de fíbula
CONTRAINDICAÇÕES:
– ABSOLUTAS: anquilose e infecção cut superficial
– RELATIVAS: NAV avançada/ coxartrose grave/ LCQ
3 PORTAIS: anterior/ ântero-lateral/ póstero-lateral
COMPLICAÇÕES:
– Neurovascular: nervo ciático / artéria e nervo femoral
– Neuropraxias: nervo ciático / nervo femoral / nervo fibular (tração)
– Cutâneo femoral lateral em menos 2%
– Bursite e quebra de material
Artroscopia do joelho
Indicações:
– diagnóstico
– lesões meniscais
retirada de corpos livres
– lesões ligamentares
Vias de acesso:
– ântero-lateral
– ântero-medial
Demais são acessorias, por demanda: póstero-medial (LCP, corpos livres posteriores, ramp lesion meniscal), medial mais medial (portal anatômico femoral do LCA)
Rotina artroscópica:
– Bursa suprapatelar e art. patelofemoral.
– Goteira medial.
– Compartimento medial.
– Fossa intercondilar.
– Compartimento póstero-medial.
– Compartimento lateral.
– Goteira lateral e compartimento póstero-lateral.
Artroscopia do punho
Podemos dividir as indicações em grupos de pacientes:
1) Pacientes com sintomas de dor, fraqueza, instabilidade, edema e/ou rigidez, nos quais, apesar do exame físico e exames subsidiários, não foi possível esclarecer o diagnóstico etiológico. Este grupo, que era numeroso em passado recente, vem diminuindo progressivamente graças ao melhor conhecimento da patologia do punho e dos meios diagnósticos subsidiários;
2) Pacientes com diagnóstico etiológico estabelecido, nos quais a visualização da articulação poderá auxiliar no tratamento e permitir melhora no prognóstico. Podemos citar como exemplos as fraturas do punho (redução dos fragmento), moléstia de Kienböck (situação da cartilagem articular), patologia reumatóide (grau de sinovite e comprometimento articular;
3) Pacientes nos quais e possível realizar cirurgias artroscópicas terapêuticas. As técnicas artroscópicas ainda estão em desenvolvimento no punho, mas já temos realizado tratamento de lesões cartilaginosas e lesões da fibrocartilagem triangular.