Luxação esterno-clavicular

Anatomia

Luxação é rara
– articulação irregular
– estabilidade conferida por ligamentos

Posterior à clavícula nesta região:
– veia jugular interna
– nervo vago
– artéria e veia inominada
– traquéia
– esôfago

Ligamentos:
– ligamento do disco intra-articular
ligamento costoclavicular (rombóide)
– – apresenta fascículos anterior e posterior
– ligamentos interclaviculares
– – entre as clavículas e o esterno
– ligamento capsular: mais forte e importante (esternoclavicular anterior)

Mecanismo de trauma

Direto: raro
– sobre a porção proximal (anteromedial) da clavícula -> luxação posterior
– a clavícula é empurrada para trás do esterno em direção ao mediastino

Indireto: mais comum:
– força aplicada na face posterolateral do ombro e transmitida para a esternoclavicular (EC) através da clavícula
– compressões sobre o ombro

Posterolaterais: luxações posteriores
– porção medial da clavícula está deslocada posteriormente ou póstero-superiormente

Anterolaterais: luxações anteriores
– a grande maioria das luxações EC são anteriores e unilaterais
– porção medial da clavícula deslocada anteriormente ou ântero-superiormente

Quadro clínico

Entorse: dor leve
Subluxação: edema e dor moderado
Luxação:
– dor intensa
– impotência funcional
– braço lesado colocado junto ao tronco
– cabeça pode estar desviada para o lado acometido
– desconforto ↑ quando o doente deita
– nas posteriores: avaliar sinais e sintomas por compressão de estruturas do mediastino
– congestão venosa no pescoço ou extremidade superior, dispnéia e disfagia

Avaliação radiográfica

– AP são difíceis de interpretar
– Serendipity: AP com 40° de inclinação cefálica
– Hobbs

Incidência de Hobbs
Incidência de Hobbs

Classificação Etiológica e tratamento

Lesões traumáticas

– Entorse: gelo, tipóia por 3-4 dias

– Subluxação: tentar redução por manipulação levando-se o ombro para trás
– se houver redução, imobilização em 8 + tipóia por 4-6 semanas
– se não houver redução ou perda da redução:
– alguns orientam tratamento cirúrgico e outros ignoram

– Luxação aguda: cápsula e ligamentos intra-articulares estão rompidos

– Luxação anterior
– redução fechada
– paciente em decúbito dorsal (DDH) com coxim entre os ombros -> pressão sobre a clavícula deslocada anteriormente
– se redução estável: enfaixamento em 8 e tipóia
– maioria é instável:
– alguns fazem tratamento cirúrgico
– fios de Kirschner (FK), cerclagem, reconstrução ligamentar com fáscia lata ou tendões e excisão da porção medial da clavícula
– outros tratam sintomas

– Luxação posterior
– redução fechada: doente em DDH + coxim entre os ombros
– tração com o braço em abdução e extensão discreta
– pode ser necessário manipular a porção medial da clavícula com os dedos
– se não conseguir: anestesia e puxar a clavícula com pinça de campos
– após redução: manter 8 + tipóia por 4-6 semanas
– tratamento cirúrgico: igual ao anterior mas indicação é mais liberal

– Lesões fisárias: maioria Salter-Harris (SH) I ou II
– Fise medial é a última a fundir do corpo (23-25 anos)
– Ligamentos esternoclaviculares inserem-se na epífise e fise fica desprotegida
– Desvio geralmente é anterior; posterior é mais grave com possível lesão de mediastino
– Diagnostico diferencial importante pois a maioria remodela com tratamento conservador

– Luxação recorrente: raro, luxação com baixa energia

– Luxação não reduzida: não diagnosticada ou não reduzida

Lesões atraumáticas

– subluxações ou luxações espontâneas: geralmente indolor
– uma ou ambas podem se deslocar anteriormente durante movimentos acima da cabeça
– associada a frouxidão em outras articulações
– tratamento conservador

– subluxação ou luxação congênita ou relacionada ao desenvolvimento: conservador, na maioria

– artrite: artroplastia da esterno-clavicular (EC), excisão do 1/3 proximal da clavícula associada a estabilização do restante à primeira costela

– infecção: drenagem articular + ressecção da porção medial se osteomielite

Complicações

Luxação anterior: estética, alterações degenerativas

Luxação posterior
– laceração da v. cava superior
– congestão venosa no pescoço
– compressão do plexo braquial – compressão da carótida
– compressão da clavícula
– fistula traqueo-esofágica – ruptura esôfago
– rouquidão
– pneumotórax

Instabilidade esternoclavicular

Maioria anterior recorrente e tratamento conservador
Posterior é rara, mas necessita de redução
Subluxação atraumática recorrente
– Mecanismo: extensão e abdução do ombro
Meninas
– Associado a frouxidão ligamentar
Tratamento: fortalecimento global do membro superior
– Evitar atividades que fazem estresse na esternoclavicular
– Cirurgia: sintomas graves que limitam atividade de vida
– – Reparo aberto da cápsula esternoclavicular, reconstrução da articulação esternoclavicular ou ressecção da borda medial da clavícula e fixação da clavícula à primeira costela
– – Risco de complicações sérias

Última modificação porMarcio R4
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