O paciente, um homem de 59 anos que sofria de diabetes tipo 2 há 25 anos, enfrentava graves complicações da doença. Num feito médico inovador, uma equipa de cientistas e clínicos chineses terá curado pela primeira vez um doente com diabetes utilizando terapia celular.
Investigadores de todo o mundo estão a investigar os transplantes de ilhotas como um tratamento alternativo promissor, concentrando-se principalmente na criação de células semelhantes às ilhotas a partir de culturas de células estaminais humanas. Após mais de uma década de esforços, a equipa chinesa fez progressos significativos.
Em julho de 2021, o doente foi submetido ao transplante de células. Apenas 11 semanas depois, já não necessitava de insulina externa e, no espaço de um ano, a sua necessidade de medicação oral para controlar os níveis de açúcar no sangue foi completamente eliminada.
A equipa, liderada por Yin Hao, um dos principais investigadores do Hospital Shanghai Changzheng, utilizou e programou as células mononucleares do sangue periférico do próprio doente. Estas foram transformadas em “células semente” e reconstituíram o tecido da ilhota de Langerhans num ambiente artificial. Yin salientou que esta descoberta é mais um avanço no domínio da medicina regenerativa, que aproveita as capacidades regenerativas do próprio corpo para tratar doenças.
Um desafio comum na investigação translacional é a distinção das células estaminais em células produtoras de insulina de alta qualidade em grande escala para utilização terapêutica. Num estudo publicado na revista Stem Cell Research & Therapy no início deste ano, uma equipa de investigadores da diabetes liderada por Kieffer explorou métodos para melhorar o fabrico em grande escala.