fixacao sindesmose

Lesão da sindesmose

Existem três grupos de ligamentos que suportam a ligação do tornozelo, são eles: os colaterais mediais, colaterais laterais e o complexo ligamentar sindesmótico (composto pelos ligamentos tibiofibular anterior, interósseo, posterior, membrana interóssea e ligamento transverso inferior) que mantém a integridade e fornece resistência às forças axiais, rotacionais e translacionais existentes entre a tíbia e fíbula, evitando que estes dois ossos sejam separados. Em consequência disso, esse tipo de articulação possui mobilidade parcial.

Anatomia

Uma sindesmose é definida como uma articulação com dois ossos adjacentes ligados por uma membrana ou ligamentos.

Adicionalmente a membrana interóssea fornece uma superfície adicional para fixação da musculatura e transposição de vasos, como os tibiais, que atravessam por uma abertura na membrana para entrar no compartimento anterior da perna.

sindesmose
  • Tibiofibular anterior (LTFA): ligamento oblíquo e forte, localizado da região anterior da tíbia à parte distal da fíbula.
  • Tibiofibular posterior (LTFP): ligamento mais fraco, localizado na região posterior da tíbia à parte distal da fíbula.
  • Ligamento interósseo (LIO): trata-se de um espaçamento distal forte da membrana interóssea localizado da parte lateral da tíbia à parte medial da fíbula.
  • Ligamento transverso: responsável pela formação de uma forte conexão entre as extremidades distais da tíbia (maléolo medial) e fíbula (maléolo lateral), está localizado na parte inferior e profunda do ligamento tibiofibular posterior. 
sindesmose posterior

Biomecânica

A sindesmose tibiotársica é uma articulação entre a superfície convexa da fíbula e a superfície côncava do tubérculo anterior distal da tíbia. Esta promove estabilidade no tornozelo para o movimento, nomeadamente na atividade de marcha.

Em condições normais, a fíbula apresenta movimento fisiológico nos sentidos medial, lateral, proximal e distal, em pequenas quantidades. Contudo, caso não houvesse uma estabilidade nesta articulação e a fíbula se deslocasse, isto iria implicar o movimento conjunto também do maléolo lateral, que, devido à sua relação íntima com o tálus para o movimento, o seguiria.

Os ligamentos que mais contribuem para a resistênciasão o LTPA, a porção profunda do LTPP e por fim o interósseo, que entre os três dividiam mais de 90% da resistência ao movimento. O LTPP superficial apresentou uma contribuição muito pequena nesta tarefa de estabilidade.

Relativamente à marcha, a fase em que existe uma maior sobrecarga das articulações do membro inferior, nomeadamente do tornozelo e tornozelo superior, é a fase média de apoio.

É possível então observar que em termos biomecânicos esta articulação é de especial importância, sendo responsável pela congruência articular do tornozelo – fundamental para receber carga na marcha -, pela transmissão de forças entre a tíbia e a fíbula, e por, apesar de ambas essas propriedades, ser capaz ainda assim de providenciar o movimento necessário à articulação.

Mecanismo de lesão

As lesões que atingem a sindesmose são mais comuns nos esportes, em especial os de contato (a maioria dessas lesões ocorrem durante o contato com outro jogador), esportes onde ocorrem colisões de alta velocidade e que promovem saltos e mudança de direção, características presentes no basquetebol e futebol, por exemplo. 

Para romper a sindesmose tem de ocorrer entorses de tornozelo consideradas muito graves ou de 3º grau, ocorre uma ruptura ligamentar completa com edema importante, todo o tornozelo pode apresentar equimoses e hematomas. Há instabilidade no tornozelo e não pode sustentar o peso. Os nervos também podem ser danificados. A cartilagem articular pode estar rompida, resultando em dor a longo prazo, edema, instabilidade articular, artrite precoce e, ocasionalmente, anomalias na marcha. 

Ou fratura de tornozelo Weber C e B graves.

Diagnóstico

Ainda que a radiografia e a TC sejam ferramentas úteis no diagnóstico clínico deste tipo de condição, estes apresentam limitações quanto ao estudo da imagem, nomeadamente devido a estas não evidenciarem lesões incompletas ou sem a presença de diástase tibioperoneal.

A ressonância magnética é o melhor exame de imagem, pois permite o diagnóstico desta condição: descontinuidade da porção profunda do ligamento tibioperoneal posterior, a rotura do ligamento interósseo com uma diástase sindesmótica superior a 2 mm e a fratura condral da porção posterolateral da face distal da tíbia na área da inserção do ligamento tibioperoneal posterior.

Tratamento da lesão da sindesmose

fixacao sindesmose

Casos de grau I ou II (sem diástase tibioperoneal ou com uma diástase pouco significativa) são indicadas para tratamento conservador, ao passo que se a diástase for superior a 2 mm, é proposta cirurgia para fixação com parafusos.

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