dor no ombro 1

Ruptura e luxação da cabeça longa do bíceps

Tendão do Bíceps

Há dois tendões do bíceps na articulação do ombro. Há uma porção longa – cabeça longa do bíceps braquial – que se encontra no alto do ombro (glenóide). E a porção curta – cabeça curta do bíceps braquial – que se encontra na protuberância óssea anterior da escápula (processo coracóide).

O cabo longo do tendão do bíceps tem origem no labrum póstero-superior da glenóide em aproximadamente 50% da população, no tubérculo supraglenoidal em 20%, e em ambos locais em 30%. Seus 9 cm de tendão correm obliquamente pelo topo da cabeça umeral e goteira bicipital exercendo a função de estabilização e contensão da cabeça do úmero, impedindo sua ascensão e impacto.

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Localizado à frente do braço, o músculo do bíceps conta com tendões que o prende aos ossos do ombro e cotovelo. Esse músculo serve para ajudar a dobrar os cotovelos, mantém os ombros estáveis e também a girar os braços.

Ruptura do Tendão do Bíceps

Dois pontos de fixação

O bíceps tem dois pontos de fixação no ombro. O mais provável de ser lesado é a cabeça longa do tendão do bíceps. Afinal, ele é mais vulnerável em seu caminho da articulação do ombro à glenoide. A cabeça curta do bíceps muito dificilmente será lesada. Isto porque, graças a esse segundo ponto de fixação, as pessoas conseguem usar o bíceps mesmo com a cabeça longa completamente rompida.

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Quando há ruptura

Quando há uma ruptura desse tendão, a pessoa perde bastante da força no braço e tem dificuldades de girar o antebraço com força e até de colocar a palma da mão para cima. Elas podem sentir dor súbita e aguda no braço e cotovelos, ouvir estalos do braço, dor no músculo, apresentar equimoses, entre outros.

As lesões no tendão do bíceps podem ser tanto parciais como completas. É comum que os tendões lesados comecem a se desgastar bem antes de as pessoas procurarem instâncias médicas reclamando de dores no ombro. Uma observação interessante é que, não raro, se encontra uso de anabolizantes em halterofilistas.

Embora algumas pessoas consigam conviver bem com o tendão do bíceps rompido, graças à tratamentos simples que aliviam sintomas, outras irão necessitar de cirurgia de reparação.

Causas

A porção longa do bíceps pode ser rompida por queda, ao cairmos com o braço estendido. Também pode ser causada por um levantamento de peso, ao carregar algo acima da capacidade do seu músculo.

Lesões desse tipo também podem advir de um desgaste ao longo do tempo, sendo causadas muitas vezes apenas pela velhice. Pode, no entanto, serem agravadas por movimentos repetitivos com o uso do ombro. Esse tipo de comportamento traz uma série de problemas na região como síndrome do impacto, lesões do manguito rotator e tendinite.

Fatores de Risco

● Idade avançada;
● Longos anos de desgaste com atividades que forçam os ombros;
● Excesso de carga em exercícios que envolvem os ombros;
● Esportes que sobrecarregam os ombros como natação ou vôlei;
● Hábito de fumo da nicotina – o que afeta na nutrição de tendões;
● Uso de medicamentos corticosteróides – que está associada ao enfraquecimento de músculos e tendões.

Diagnóstico

Em casos de dores nos ombros ou após um acidente em que eles foram afetados, deve-se procurar um profissional capacitado para diagnóstico. Após escutar os relatos, ele examinará a área.

Rupturas Completas

A percepção da ruptura fica muito óbvia em caso de rupturas completas, por causa da deformidade decorrente a que chamamos de “braço do Popeye”. Já com rupturas parciais, o médico provavelmente pedirá para dobrar os braços e apertará os bíceps.

Exames de imagem

Muitas vezes são pedidas radiografias porque, embora não se possa enxergar tendões por meio delas, servem para descartar fratura e lesões em geral. Já ressonâncias magnéticas são úteis para visualizar esses tecidos moles.

Tratamento

Existem tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos para ruptura do tendão do bíceps. O primeiro é mais comum nos casos em que a dor e fraqueza não se tornaram expressiva. Consiste em aplicação de compressa de gelo, uso de antiinflamatórios e repouso, basicamente.

Já o cirúrgico é comumente aplicado a pacientes que necessitam da recuperação total dos seus músculos e tendões como atletas ou trabalhadores. As opções são variadas e é escolhida pelo profissional que acompanha o caso. As complicações pós cirúrgicas são raras e a recuperação pode consistir em fisioterapia e repouso da área.

Luxação do Tendão do Bíceps

A luxação do cabo longo do tendão do bíceps (CLB) da goteira bicipital pode ocorrer devido à falha dos seus estabilizadores: estrutura óssea, ligamento transverso, ligamento coracoumeral, ligamento glenoumeral superior, tendão do músculo supraespinhal e do subescapular, principalmente nos casos de lesão maciça do manguito rotador após uma luxação glenoumeral em pacientes idosos.

luxacao biceps 4

As técnicas de restauração da excursão do cabo longo do bíceps em seu sulco, pelo aprofundamento da goteira e reparo do ligamento transverso do úmero e demais estruturas envolvidas, levam a aderência do tendão optando-se, então, pela tenodese na maioria dos casos.

Tratamento

Uso da tenodese da CLB sugerem que essa técnica proporcionava menor risco da deformidade do tipo Popeye, com restituição biomecânica e anatômica mais próximas ao normal, com melhor retorno às atividades esportivas.

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3 comentários em “Ruptura e luxação da cabeça longa do bíceps”

  1. Qual o especialista para realizar uma cirurgia de ruptura parcial do bíceps? E qual o valor desta cirurgia?

    1. Ariane, a ruptura parcial tem de ser dolorosa para ser um caso operatório. Inicialmente tenta fisioterapia, infiltração, ortotripsia e medicação oral. Sendo uma situação crônica, que precise de cirurgia, o ortopedista está qualificado.

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