O “sinal do Gêiser” é um sinal radiológico raramente encontrado que foi descrito pela primeira vez por Craig et al. em 1984 na sequência de uma artrografia ombro em um paciente com cisto acrômio-clavicular e rotura do manguito rotador.
O sinal do qual deriva seu nome é devido a aparência de um geiser.
INTRODUÇÃO
- Cistos na articulação acrômio-clavicular são apresentações extremamente raras de patologia do ombro e pode se desenvolver tanto no tecido subcutâneo superficial quanto limitada à articulação acrômio-clavicular ou resultar de alterações degenerativas em curso relacionadas com a articulação glenoumeral.
IMPORTÂNCIA
- Dependendo da etiologia da formação dos cistos, isso pode prejudicar a estética dos pacientes, bem como a atividade da vida diária.
- A massa é geralmente firme, mas compressível, imóvel e insensível ao toque.
- O tamanho do cisto varia e não está relacionado com o tamanho da rotura do tendão supraespinhal.
- O crescimento do cisto é tipicamente insidioso e progressivo, que pode, ocasionalmente, regredir em tamanho.
ETIOLOGIA
- Existem duas etiologias distintas para o cisto que recobre a articulação acrômio-clavicular.
- Quando o manguito rotador está intacto, um cisto da articulação acrômio-clavicular pode se formar superficialmente e ser limitado apenas à articulação. Este tipo de cisto, tipo 1, não tem comunicação líquida com a articulação glenoumeral.
- A patogênese do tipo 1 é dependente de alterações degenerativas da articulação acrômio-clavicular devido a trauma (incluindo luxação), infecção, doença metabólica ou uso repetitivo excessivo.
- Diferentemente, após uma lesão maciça do manguito rotador, outra condição pode ocorrer.
- Uma rotura completa do manguito rotador pode levar a artropatia do manguito rotador, uma doença com características morfológicas claramente discerníveis incluindo o aumento da produção de intra-articular de fluido sinovial e o deslocamento para cima da cabeça do úmero, que por sua vez pode corroer a articulação acrômio-clavicular e permitir a formação de um gêiser de líquido com fluxo da articulação glenoumeral para a articulação acrômio-clavicular.
- Este tipo de cisto, Tipo 2, é dependente de uma completa rotura do manguito rotador acompanhada por alterações degenerativas posteriores tanto da articulação glenoumeral quanto da acrômio-clavicular.
EXAMES DE IMAGEM
- A ultrassonografia é mais acessível, mas é operador dependente.
- O advento da RM modernizou este sinal radiológico, com a sequência ponderada em T2 demonstrando alto sinal do extravasamento do líquido sinovial, sem a necessidade do contraste.
- A ultrassonografia tem uma melhor capacidade de distinguir ruptura parcial do manguito rotador, quando comparado com a RM, mas a RM é essencial quando o manguito rotador não é facilmente visualizado ou para excluir qualquer doença maligna.
TRATAMENTO
- Existem apenas 2 casos de remissão espontânea do cisto.
- Ao diferenciar cistos da articulação acrômio-clavicular em categorias distintas, as opções de tratamento podem ser dirigidas para a patologia subjacente de forma apropriada.
- O tratamento para o cisto tipo 1 pode incluir ressecção da clavícula distal e bursectomia subacromial.
- O tratamento para o cisto tipo 2 continua a ser um tema de controvérsia.
- As opções de tratamento para a artropatia do manguito rotador incluem ressecção da clavícula distal, irrigação artroscópica e debridamento, artrodese acrômio-clavicular, artroplastia total do ombro, hemiartroplastia, e artroplastia total reversa do ombro.
- A aspiração e excisão do cisto simples normalmente não funcionam devido a falha para corrigir a patologia do manguito rotador subjacente
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