radiografias

Radiografias (Raio x ou RX)

O que é um raio-X?

Uma radiografia, vulgarmente designada de raio-X (RX), consiste num exame de diagnóstico por imagem que utiliza radiação X. Trata-se de um exame de execução rápida e indolor (não provoca dor).

O raio x é o exame de 1ª linha na avaliação da anatomia humana que serve para auxiliar o médico no diagnóstico de várias patologias (doenças), assim como para controlar a evolução de tratamentos.

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Como funciona o raio-X?

A imagem produzida pelo equipamento de raio X assenta num princípio básico da relação entre os raios que são emitidos e os raios recebidos, após atravessarem determinado material.

É produzido um feixe de energia de radiação X, através de um gerador, que vai incidir na região do corpo que se pretende visualizar. Parte dessa energia é absorvida pelo corpo, consoante a densidade das estruturas e a restante incide numa película ou detetor, formando a radiografia.

A imagem produzida reflete o grau de dificuldade com que os raios x atravessam determinado corpo.

No caso dos ossos, como são muito densos a radiação é absorvida aparecendo num tom claro (próximo do branco), enquanto que as estruturas menos densas aparecem num tom mais escuro, como o ar que surge a preto.

A título de exemplo, na radiografia do tórax, os ossos como as costelas e as vértebras aparecem a branco, enquanto que os pulmões como estão preenchidos essencialmente por ar aparecem quase pretos.

Evolução da radiologia convencional

radiologia convencional utiliza como suporte físico da imagem as tradicionais películas de RX constituídas por cristais de prata estimuláveis pela radiação. No processo de revelação a película passa por diferentes banhos de químicos específicos e vão surgindo diferentes tons de cinzento na mesma, formando a imagem. Este processo foi descontinuado devido ao tempo elevado na relevação, aos químicos poluentes e à maior dose de radiação para o paciente.

Atualmente a radiologia convencional foi substituída pela radiologia digital. Neste caso, a imagem radiográfica é obtida num computador através da leitura de um ecrã de fósforo reutilizável e estimulável pela radiação, denominado image plate (IP). Existe ainda a radiologia digital direta que consiste na obtenção imediata da imagem no computador. Neste caso, o IP é substituído por um detetor conectado a um computador que recebe os dados e os processa. Estes avanços na tecnologia permitem o pós – processamento da imagem, como por exemplo ajustar o contraste, o que é claramente uma mais valia para quem interpreta o RX.

A radiologia digital facilita também a mobilidade dos exames, ou seja, os médicos conseguem ter acesso aos mesmos de uma forma muito mais rápida através de redes locais ou da Internet, sendo ainda possível comparar com exames anteriores já arquivados. O armazenamento e transmissão das imagens em formato digital é feita através de sistemas PACS (Picture Archiving and Communication System ou em Português – Sistema de arquivo e comunicação de imagens) que por sua vez está integrado no RIS (sistema de informação em radiologia), permitindo a gestão dos centros de radiologia, como o agendamento de exames, envio de listas de trabalho, etc. Os exames são tipicamente arquivados e distribuídos num formato standard –o DICOM (digital imaging and communications in medicine, ou em Português: comunicação de imagens digitais em medicina).

Os médicos podem visualizar os exames arquivados através de visualizadores Web standard (DICOM) através de redes de computadores e Internet, ou através de dispositivos de armazenamento como o CD, DVD, etc.

Exames Radiográficos

De seguida, mostramos-lhe os tipos de exames de raio-X realizados com maior frequência, descrevendo o que permitem avaliar, as suas indicações e exemplos de patologias.

Raio x do Tórax

Estruturas anatómicas – Pulmões, Coração
Algumas Indicações – Febre, tosse, dor torácica, trauma e dificuldade respiratória, Controle de drenos torácicos, cateteres venosos centrais ou celsites, estudo pré operatório.
Principais patologias – Infeções respiratórias, cardiomegalia, neoplasias pulmonares, alargamento do mediastino, pneumotórax, derrame pleural.

Raio x do Abdómen

Estruturas anatómicas – Rins, Fígado, Intestinos, Estômago, Bexiga
Algumas Indicações – Náuseas, vómitos, diarreia, Massas abdominais, Hematúria (sangue na urina), Localizar objetos que possam ter sido engolidos, Controle posicional de drenos.
Principais patologias – Litíase (pedras) do sistema urinário, Oclusão intestinal, Litíase vesicular, Pneumoperitoneu, Fecalomas, Elevação da cúpula diafragmática.

Raio x da coluna

Estruturas anatómicas – Vértebras, Discos intervertebrais, Apófises transversas e espinhosas
Indicações – Trauma, Dores na coluna, Controle de escolioses.
Patologias – Fraturas, Luxações, Metástases, Escoliose, Degeneração óssea-osteófitos (popularmente conhecidos como bicos de papagaio), Espondilolisteses.

Raio x do ombro

Estruturas anatómicas – Região proximal do úmero, Clavícula, Omoplata
Indicações – Trauma, Dor no ombro
Patologias – Fraturas, Luxações, Calcificações

Raio x da bacia

Estruturas anatómicas – Ossos coxais, articulações sacroilíacas, Região proximal do fémur
Indicações – Trauma, Dores
Patologias – Artrose, Osteoporose, Tumores ósseos, Espondilite anquilosante, Metástases, Displasia congénita da anca, Doença de Paget.

Raio x do joelho

Estruturas anatómicas – Rótula, Fémur distal, Tíbia, Perónio
Indicações – Trauma, Dor no joelho
Patologias – Artrose, Fraturas, Luxações, Tumores ósseos, Doença de Osgood-Schlatter.

Como é feito o raio-X?

O RX é realizado por um técnico de radiologia que tem o dever de escolher as incidências mais adequadas à região do corpo em estudo e de acordo com a informação clínica fornecida pelo médico requisitante.

Posicionamento

Alguns RX como o do tórax, coluna cervical e ombro são sempre que possível realizados em pé. Os exames à bacia e ao membro inferior como fémur, joelho, perna, tornozelo, pé são frequentemente realizados com o paciente deitado. Já o estudo do membro superior como o cotovelo, antebraço, punho e mão são habitualmente realizados com o paciente sentado. O RX do abdómen e da coluna dorsal e lombossagrada são realizados de pé ou deitado de acordo com a suspeita clínica.

Respiração

Uma grande parte dos exames exige que o doente não respire no momento do disparo. Outros como o RX do tórax requerem inspiração profunda ou até expiração. Independentemente do exame o técnico durante o posicionamento deverá explicar o que lhe vai ser solicitado no momento da realização do disparo. Para além disto é sempre necessário que o paciente fique imóvel no momento do disparo.

Resultados do exame

O técnico de radiologia faz uma análise crítica do RX e se a imagem cumprir os critérios de boa realização necessários para o diagnóstico, o exame é dado por terminado. Após a validação das imagens pelo técnico, o exame é arquivado. Posteriormente, o Médico Radiologista é o responsável por realizar a leitura diagnóstica da radiografia e elaborar um relatório. Os resultados do exame são disponibilizados em formato digital e/ou papel, constituindo-se pela imagem radiográfica e pelo relatório do exame. 

O exame será considerado normal se o médico radiologista não observar alterações nos órgãos em estudo. Em caso de existência de alterações o Médico radiologista descreve-as, devendo estas ser relacionadas com a clínica, e em alguns casos poderão desencadear a solicitação de exames adicionais.

Quem pode realizar o exame?

Qualquer pessoa pode fazer exames de raio-X, contudo, deve haver por parte do médico prescritor um zelo especial no caso das crianças e grávidas ou mulheres que suspeitem de gravidez. Portanto, como existe exposição a uma radiação ionizante o médico deve avaliar a relação risco/benefício do exame.

Riscos da radiação

Todos os dias estamos sujeitos à radiação natural do nosso planeta e por isso existe uma maior preocupação em relação à quantidade de radiação recebida através de meios de diagnóstico e terapêuticos. Sabe-se que uma acumulação de exposição à radiação, pode provocar alterações na divisão e crescimentos das células do corpo, dando origem a doenças, como o cancro.

De acordo com o Decreto-Lei n.º222/2008, de 17 de novembro, os limites de dose de radiação para os membros da população geral é fixado em 1mSv (unidade de medida de dose de radiação) por ano, podendo ser ultrapassado num ano, desde que a dose total em 5 anos consecutivos não ultrapasse os 5mSv.

Estes limites existem para garantir que ninguém seja sujeito a uma dose que cause qualquer tipo de efeito negativo para a saúde. A título comparativo pode dizer-se que a exposição média anual à radiação natural é de 2,4mSv.

A dose de radiação de uma radiografia depende da região do corpo em estudo, mas dando como exemplo a radiografia ou RX do tórax, é em média 0,01mSv que equivale a 10 dias de exposição à radiação natural.

Quanto tempo demora o exame?

A duração do exame varia de acordo com o número de incidências a realizar. Habitualmente os exames consistem em duas incidências e o tempo médio para a sua realização é de aproximadamente 5 a 10 minutos.

Preparação para o exame

Não existe preparação para a realização de uma radiografia. Apenas é necessário que antes do exame o paciente retire o vestuário e restantes objetos passiveis de causar artefato na imagem.

Não é necessário cumprir qualquer tipo de jejum. O paciente pode tomar a medicação habitual.

Outros exames, limitações do Raio x

As radiografias são de grande utilidade na avaliação osteoarticular, principalmente quando existe trauma associado, ou seja, se existe suspeita de fratura ou luxação.
Contudo, quando a suspeita é ao nível dos músculos ou tendões a ecografia é o exame indicado para colmatar as limitações do RX.

A tomografia computorizada (TC ou TAC) é outro exame de diagnóstico que permite estudar as estruturas com maior detalhe. Por exemplo, ao nível do RX do tórax, por vezes, é identificada uma alteração pulmonar, mas o exame não é suficiente para esclarecer o tipo de patologia. Neste caso a TAC é o exame mais indicado.

A ressonância magnética (RM) é um outro exame de diagnóstico, que apesar de mais dispendioso pode ser bastante útil na avaliação e diagnóstico de inúmeras patologias. Por exemplo, no caso de existirem alterações ósseas num raio-X que sugiram a existência de um tumor ou metástases, pode ser necessário realizar TAC ou ressonância magnética (RM) ou até biopsia para esclarecer.

Para além da ecografia, TAC e RM, outros exames podem ser importantes para complementar o estudo imagiológico. Veja mais informação em exames de imagiologia.

Quanto custa uma radiografia?

O preço do raio-X pode variar em função do órgão ou dos órgãos em estudo. Habitualmente, as radiografias são um exame mais barato quando comparadas com as demais técnicas imaginológicas. No caso do exame ser realizado a título particular, o valor é instituído pela clínica de radiologia que o realiza, girando em torno de R$50,00 por incidência.

Saiba mais:

Noções de imagem – Traumatologia e Ortopedia

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