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Meme do caixão e a cultura do funeral

Meme do caixão

Eles são pallbearers, um tipo de profissional que não tem uma tradução específica em português, mas é o termo usado em inglês para “carregadores de caixão”. Pense em qualquer enterro que você já tenha comparecido e lembre-se do funcionário do cemitério, responsável por carregar o caixão do velório à sepultura. Sim, eles são exatamente isso.

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Mas a diferença não fica só na dança (mais sobre isso a seguir): no Brasil é comum que os carregadores de caixão sejam funcionários do próprio cemitério, mantidos, na maioria dos casos, pela prefeitura municipal. Outros países, no entanto, veem famílias contratarem pessoas para isso. Também é comum ver esses profissionais serem confundidos com “coveiros”, o que é parcialmente verdadeiro: em caso de funcionários públicos, ambas as funções são mescladas, haja vista que o coveiro também cuida da manutenção das lápides, jazigos e sepulturas. Em contratações particulares, porém, as coisas diferem.

No caso dos dançarinos, eles são carregadores privados, contratados pela família do falecido ou falecida. Eles são naturais de Gana, país situado no Golfo da Guiné, África Ocidental. “Liderados” por Benjamin Aidoo.

Uma coisa importante para ressaltarmos: embora o funeral dançante seja mais um negócio do que uma tradição, os enterros ganeses, ao contrário dos nossos, por exemplo, são ocasiões extremamente sociais. Pelo vídeo acima, é possível perceber que a procissão do caixão é acompanhada por centenas, se não milhares, de pessoas. Por aqui, algo assim só ocorre em mortes de celebridades.

Cultura do funeral

um enterro ser encarado como uma ocasião de festa não é algo inédito: de acordo com a antropóloga Kelli Swazey, durante uma palestra que apresentou em um TED Talks, os habitantes da província de Tana Toraja, no sul da Indonésia, economizam ao longo de todo o ano para gastar um dinheiro considerável em uma festa de despedida regada a bebida e banquetes, sendo que, em alguns casos, a figura falecida sequer está em um caixão, mas sentada à mesa, vestida, como se ainda estivesse viva. Mais além, seus corpos — referidos apenas como “aquele que dorme” — são mantidos em quartos especialmente construídos na casa, simbolicamente alimentados, banhados e vestidos, ainda sendo parte da rotina de suas famílias.

Já na Coreia do Sul, a popularidade da cremação de corpos levou familiares a fazerem pedras preciosas e joias de seus entes queridos ao invés de cinzas; já nas Filipinas, algumas pessoas “enterram” falecidos dentro de uma árvore oca ou os colocam sentados, vestidos e com um cigarro na boca, nas varandas à frente da casa.

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