FraturaDoEnforcadoFRATURADeAXIS

Espondilolistese traumática do axis ou Fratura do enforcado

A fratura dos elementos posteriores (lâmina, facetas, pedículos ou “pars”) do Axis geralmente relacionada com mecanismo de hiperextensão provocadas por acidentes automobilísticos, mergulho e quedas e têm sido chamadas de “fratura do enforcado” desde 1965 quando Schneider descreveu este tipo de lesão nos enforcamentos judiciais. Embora o mecanismo de lesão relacionado aos enforcamentos seja distração e hiperextensão, a forma mais relacionada aos acidentes automobilísticos é tipicamente o resultado de hiperextensão, compressão e flexão de rebote. A incidência de trauma craniano é alta quando relacionada a este mecanismo. O termo Espondilolistese Traumática do Axis (ETA) tem sido sugerido como mais apropriado exatamente pela razão do mecanismo de lesão mais comumente encontrado nas desacelerações (quedas e acidentes automobilísticos) ser diverso da fratura clássica do enforcamento. De forma geral, correspondem de 7 a 20% das fraturas cervicais, e 20 a 23% das fraturas do Axis.

FraturaDoEnforcadoFRATURADeAXIS
Fratura Do Enforcado (FRATURA De AXIS)

Classificação

Classificação de Effendi
Tipo I: Carga axial e hiperextensão. Fratura linear do pedículo do Axis com deslocamento mínimo do corpo de C2.
Tipo II: Hiperextensão e flexão rebote. Deslocamento de fragmento anterior com comprometimento do espaço discal abaixo de C2.
Tipo III: Flexão primária e extensão rebote. Deslocamento de fragmento anterior com o corpo de C2 em posição fletida em conjunto com deslocamento e bloqueio facetário C2C3.

Classificação de Levine e Edwards
Tipo I: Carga axial e hiperextensão.
Tipo II: Carga axial e hiperextensão associada com grande flexão.
Tipo IIa: Flexão-distração, mínimo ou nenhum deslocamento com grande angulação.
Tipo III: Flexão-compressão.

Estabilidade

Cornish: Dor local ou referida de pequena intensidade ou espasmo muscular discreto. Exame radiológico dinâmico mostra discreta movimentação.
White e Panjabi: Deslocamento anterior C2C3 <3,5mm ou angulação entre C2C3 <11o
Govender e Charies: Deslocamento anterior >6mm e movimentação >2mm em estudo dinâmico.
Verheggen e Jansen: Ausência de tranposição na radiografia cervical em perfil.

Instabilidade

Norrel: Radiografia dinâmica mostra probabilidade de lesão discal C2C3
Coric et al.: Deslocamento anterior >6mm e movimentação >2mm em estudo dinâmico.
Marton: Integridade do complexo disco-ligamentar e angulação do dente entre 20º e 35º sugere ruptura do sistema ligamentar posterior e lesão da parte posterior do disco.
Moon: Alargamento ou rotação anormal do corpo e arco de C2 combinado com deslocamento de C2 sobre C3 ou lesão ligamentar completa associada com fratura pedicular

Tratamento

Conservador

Tratamento inicial para todos os pacientes com fraturas Tipo I, Effendi Tipo II e Levine-Edwards Tipo II. Preferencialmente com imobilização rígida (halo, SOMI) após tração para redução do deslocamento quando este estiver presente. Apenas alguns casos estáveis podem ser tratados com imobilização não-rígida combinada ou não com rígida pode ser alternativo quando inspeção cuidadosa for realizada.

Cirúrgico

Tratamento instituído quando houver falha na cicatrização após tratamento conservador durante 3 meses ou nos casos de fratura Levine-Edwards Tipo IIa e nas Tipo III. A via posterior é a preferida nos trabalhos publicados, podendo ser com fixação com amarrilho C2C3 e placa ou com parafusos pediculares. A via anterior também pode ser utilizada principalmente quando houver necessidade de discectomia C2C3 ou grandes deslocamentos no estudo radiológico dinâmico. No entanto quando se compara a taxa de fusão nas duas vias, não se observa diferença estatística.

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