Pubalgia no esporte

Corrida

A pubalgia no esporte acontece nos corredores pode estar relacionada com fatores internos e externos.

Nos fatores internos o problema geralmente está no próprio corredor, ou seja, a causa está ligada ao seu tipo morfológico. Atletas brevelíneos, com hipertrofia muscular abdominal e menor flexibilidade de membros inferiores, principalmente os adutores, são os que mais tem predisposição a desenvolver a pubalgia.

Junto a isso, podem ocorrer algumas anomalias congênitas ou adquiridas na parede abdominal, principalmente na região do canal inguinal, como fragilidade da parede posterior, hérnias congênitas ou adquiridas.

Os fatores externos estão relacionados a situações como: qualidade do solo durante a corrida, uso de calçados inadequados, excesso de treino e erros de coordenação e progressão do treino.

Na maioria dos casos a pubalgia se apresenta nos corredores adultos.

Os músculos adutores da coxa e o complexo canal inguinal, quando submetidos a gestos técnicos repetitivos (no caso, a corrida), juntamente com os fatores internos e externos podem desencadear situações diversas gerando instabilidade nessas áreas, resultando na pubalgia.

Futebol

O aparelho locomotor dos jogadores de futebol é afetado frequentemente por episódios traumáticos de diversas intensidades, que atuam com mecanismo cumulativo e que envolvem estruturas ósseas, articulares, periarticulares, musculares e tendinosas.

No futebol, a sínfise púbica é muito susceptível a lesões, causando a pubalgia no esporte, pois mesmo que seja revestida, em grande parte pelos músculos da região inguinal, é constituída apenas pelo periósteo e fáscia parietal. Por causa disso existe uma alta probabilidade de atuação de forças de cisalhamento durante determinadas atividades atléticas, como a corrida, o salto e o chute.

Durante essas atividades a sínfise movimenta-se para cima e para baixo, chegando a rodar levemente, facilitando o microtrauma. Como o suprimento sanguíneo nessa região é pequeno, ela não está preparada para suportar todo esse estresse, podendo desenvolver uma inflamação aguda chamada de pubalgia.

Entre as disfunções mais comuns no futebol incluem aquelas que acometem o púbis e estruturas periarticulares, como a pubalgia. No futebol a pubalgia é responsável por 10% a 13% de todas as lesões por ano.

Atletas que realizam movimentos repetitivos da pelve como movimentos de pivot shift, rotação de tronco excessiva com o pé fixo e dependendo da angulação a biomecânica no chute do futebol são um dos fatores que colaboram para o aparecimento da pubalgia. A incidência é maior no sexo masculino e o acometimento é bastante significativo em atletas de elite.

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Biomecânica do chute

Durante o chute ocorre na articulação do joelho uma extensão brusca e rápida do joelho realizada pelo músculo quadríceps, seguido de uma flexão de quadril acompanhada de contração dos músculos abdominais.

O membro apoiado está com o quadril e o joelho em extensão. A articulação do joelho é a maior contribuinte na velocidade final do chute quando esta realiza uma extensão completa.

Na articulação do quadril do membro anterior é realizada uma semiflexão de quadril pelos músculos reto femoral, tensor da fáscia lata, pectíneo e sartório, adutor curto, adutor longo e porção adutora do adutor magno.

Interconecções entre as fáscias musculares >

O joelho do membro anterior caminha para extensão. O músculo antagonista desse movimento é o quadríceps femoral.

Já no membro que está posicionado posteriormente o joelho está em semiflexão e os músculos trabalhados são os isquiotibiais, grácil e poplíteo.

Os antagonistas responsáveis por sustentar o movimento são os isquiotibiais e o glúteo máximo.

Na articulação do tornozelo, o tornozelo do membro anterior realiza a fase de apoio do ciclo da marcha, que está em posição neutra, tendendo a dorsiflexão, movimentos esses realizados pelos gastrocnêmios, sóleo, fibular longo, curto, plantar, tibial posterior, flexor longo do hálux e flexor longo dos dedos.

Na fase de execução, o centro de gravidade do jogador é alterado, para a manutenção de seu equilíbrio.

A abordagem cinesiológica do quadril no membro dominante é descrita nessa fase como flexão de quadril (retorno de extensão), adução (realizado pelo adutor magno, adutor curto, adutor longo e pectíneo) e rotação externa (realizada pelo glúteo médico, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata. O membro apoiado está em semiflexão, mas em cadeia cinética fechada.

O joelho do membro dominante sofre uma extensão incompleta, mas o membro apoiado continua em semiflexão.

A articulação do tornozelo do membro dominante se mantém em flexão plantar até que o é encoste na bola. O membro de apoio mantém a sua posição neutra.

Segundo a lei da inércia um corpo em movimento tende a permanecer em movimento até que uma outra força o faça voltar a seu estado de repouso. O sistema neuromuscular tira vantagens de movimentos passivos.

Ao observar o movimento, ligamentos, tendões, músculos, cápsula articular e os ossos tem a função de limitar a execução de movimentos, para proteger a articulação de não realizar movimentos que não façam parte de suas características.

Quando se executa um chute no futebol, o corpo realiza uma flexão de quadril e esse movimento ocorre na própria articulação de quadril. Os principais responsáveis por limitar o movimento excessivo para que o quadril não realize um movimento fora de suas características são: a cápsula articular posterior, ligamento isquiofemoral e ligamento da cabeça do fêmur. Para que o joelho não realize um movimento excessivo, o ligamento cruzado anterior é que trabalha para proteger essa articulação. Já o tornozelo é limitado pela cápsula articular e o ligamento tibiofibular anterior e posterior.

Por isso é importante prevenir a pubalgia no esporte.

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