Tumores ósseos benignos formadores de osso

Osteoma osteóide

=> Lesão óssea (não é rara) caracterizada pela formação de um ninho de tecido osteóide em um estroma de tecido conjuntivo vascularizado, cercado de osso esclerótico reacional denso. Apresenta calcificações variadas. Histologicamente no ninho encontra-se osteoblastos e no tecido reacional apresenta células mesenquimais proliferativas. Denominado de osteoma osteoide gigante por Dahlin.

=> Mais comum no sexo masculino na faixa etária de 10 a 25 anos, sendo o fêmur e a tíbia os locais mais frequentemente envolvidos.

=> O quadro clínico caracteriza-se por dores leves (inicio) a intensa sobre o local afetado, principalmente a noite, melhorando com salicilatos – aspirina – (postula-se que haja fibras nervosas no tumor). Em lesões muito superficiais, como na tíbia, pode haver edema, eritema e dor a palpação devido a reação periostal local. Com lesões em MMII, o paciente pode apresentar claudicação, se acomete uma vértebra ou costela pode haver espasmo da musculatura paravertebral (escoliose antálgica). Existem casos de acometimento vertebral (pedículos, lâminas) que pode comprimir a raiz nervosa.

=> Radiologicamente a lesão é típica, com o nincho aparecendo como uma área radiolucente envolta por uma esclerose reacional (geralmente maior que a própria área do nincho!). A TC localiza bem o nincho oculto radiograficamente dentro da área esclerótica óssea. A cintilografia mostra um aumento da captação do nincho, mas não é patognomônico do Osteoma Osteóide, portanto não auxilia no diagnóstico diferencial (observe que ela continua mostrando aumento da captação mesmo após maturação da lesão). A biópsia antes da cirurgia raramente é necessária.

=> O principal diagnóstico diferencial do Osteoma Osteóide é com o osteoblastoma. O osteoma possui um grau maior de esclerose reacional, porém o osteoblastoma é maior e mais agressivo.

=> Na evolução natural do tumor, o nincho amadurece em 02 a 05 anos mediante sua calcificação, com a conseqüente diminuição do quadro álgico.

=> O tratamento cirúrgico consiste na exérese ampla do nincho e se necessário usa-se enxerto ósseo autólogo. Não há necessidade de ressecar toda área esclerótica, pois ela involuirá após a ressecção do nincho. A ressecção intracapsular pode deixar ainda partes do nincho o que leva a recidiva. Existem alguns relatos de ressecção percutânea (brocas e curetas) com auxílio de radioscopia e TC com baixas taxas de recidiva.

=> O prognóstico é bom, havendo cura com a evolução natural ou cirurgia (se ressecar todo o nincho).

Osteoblastoma benigno

=> Lesão óssea benigna (rara), caracterizada histologicamente por grande quantidade de células osteoblásticas gigantes e tecido osteóide em uma matriz altamente vascularizada . Também denominado de Osteoma Osteóide Gigante ou Fibroma Osteogênico do Osso.

=> Acomete preferencialmente o sexo masculino entre os 10 a 20 anos de idade. Os locais mais comuns são os arcos neurais da coluna seguido do ilíaco,costelas e ossos das mãos e pés.

=> O osteoblastoma é um tumor grande, que cresce e destroi o osso afetado . Porém é delimitado por um tecido conjuntivo periostal espesso ou uma capa de osso novo periostal. Sendo o estroma do tecido conjuntivo muito vascularizado há dificuldade de hemostasia durante o ato operatório.

=> No quadro clínico a dor é a principal queixa, mas que não resolve com salicilato e não acorda o paciente à noite, porém é menos dolorosa que no osteoma osteóide. Em acometimento do arco neural a lesão pode estender-se para o canal espinhal causando danos neurológicos.

=> Radiologicamente são lesões predominantemente osteolíticas e bem circunscritas. Mas podem haver casos de destruição óssea agressiva confundindo com tumor maligno.

=> O diagnóstico diferencial deve abranger: osteoma osteóide (visto acima), sarcoma osteogênico (também possui osteoblastos e tecido osteóide, além das células sarcomatosas).

=> O tratamento consiste na ressecção da lesão com margens amplas devido a agressividade local de alguns tipos de osteoblastomas. Cirurgias intracapsulares ou marginais levam a recorrências, muitas vezes até mais agressiva que a lesão inicial. Não se utiliza nenhum método adjuvante como radio ou quimioterapia. O prognóstico é bom na ressecção ampla.

Osteoma

O osteoma é considerado um tumor ósseo benigno, de crescimento lento e contínuo, indolor e geralmente é diagnosticado durante a puberdade, cuja etiologia é ainda controversa. O osteoma é de rara ocorrência, sendo caracterizado pela proliferação de osso compacto maduro ou de osso medular. Por ser um tumor ósseo raro, há uma dificuldade em se determinar a sua prevalência. Essencialmente o osteoma é restrito ao esqueleto craniofacial e raramente é diagnosticado em outros ossos. Na incidência há uma predileção pelo sexo masculino, numa proporção de 2:1 com relação ao sexo feminino.

O osteoma pode ser classificado em três grupos quanto à localização: central, periférico e extraósseo.

O osteoma frequentemente surge isoladamente, salvo quando associado à síndrome de Gardner, que é uma desordem rara, herdada como um traço autossômico dominante com quase 100% de penetrância.

A lesão poderá ser endosteal (central) ou subperiostal (periférica), na última podendo ser séssil ou pedunculada, que é mais fácil de ser reconhecida e diagnosticada.

A maior parte dos osteomas são assintomáticos. A conduta inicial no tratamento dos osteomas é o não invasivo com controles clínico-radiográficos periódicos em se considerando que não há relatos de malignização. Caso o osteoma acarrete transtornos funcionais ao sistema estomatognático, como ulcerações superficiais no tecido de revestimento ou desarmonia facial decorrente da expansão da cortical óssea, dor ou parestesia, o tratamento eleito é a exérese cirúrgica. O prognóstico esperado geralmente é excelente no tratamento dos osteomas com rara ou mesmo nenhuma possibilidade de recidiva.

Nenhum método adjuvante, seja rádio ou quimioterapia, deve ser utilizado no tratamento desta ou de outras lesões benignas do esqueleto. Também não utiliza cimento acrílico.

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