O tendão extensor ulnar do carpo (ECU) ocupa um espaço apertado no sexto compartimento extensor. Quando a mão está pronada (com a palma da mão para baixo), o tendão fica “reto”, enquanto quando a mão está supinada (palma para cima) o ECU angula cerca de 30 graus ao redor do estilóide da ulna.
Causas
A lesão pode ocorrer por uma torção do punho, ou por esforço repetitivo.
Sintomas
Edema, calor, rubor e dor locais são comuns.
A dor pode incomodar bastante, chegando a acordar o paciente durante à noite.
Como a bainha do extensor ulnar do carpo é um importante estabilizador da articulação rádio-ulnar distal (Arud), a tendinite pode simular uma lesão do complexo da fibrocartilagem triangular.
O paciente pode reclamar de dormência, queimação ou choque, caso aconteça uma irritação do ramo sensitivo do nervo ulnar, que se encontra entre o retináculo sobre o tendão e a pele.
Diagnóstico
A investigação deve ser realizada para se confirmar a tendinite e se refutar as outras lesões que acontecem na região.
Radiografias devem ser normais (sem deformidades ou atrose). A ultrassonografia deve ser realizada em pronação e supinação completa. A ressonância magnética é um método excelente de avaliar o extensor ulnar e as demais estruturas ao seu redor.
Diagnóstico diferencial
Várias alterações podem coexistir nesta localização, dificultando o diagnóstico e tratamento: a própria tendinite do extensor ulnar do carpo, lesão do complexo da fibrocartilagem triangular, artrose da articulação rádio-ulnar distal, pseudartrose do estilóide da ulna, lesão do ligamento semiluno-piramidal, …
A luxação ou subluxação do extensor ulnar do carpo pode acontecer após um episódio agudo de trauma, com o punho em supinação, contra resistência. Ainda que raro, os mais propensos a terem esta lesão são praticantes de tênis, dutante o movimento de backhand, com ambas as mãos na raquete.
A luxação crônica, por excesso de uso, é mais comum e seu tratamento deve ser orientado mais para a tendinite do que para a subluxação do tendão.
Tratamento
A infiltração com anestésico local pode ajudar a diferenciar esta doença das afecções intra-articulares. Promove alívio completo, contudo, fugaz da dor.
O tratamento não operatório consiste no uso de anti-inflamatórios, órtese e reabilitação com fisioterapia motora ou terapia da mão.
Há a possibilidade de se realizar infiltração com corticóides da tendinite do extensor ulnar do carpo.
O tratamento cirúrgico fica reservado para os pacientes que não obtêm melhora definitiva nas etapas anteriores. Deve-se abrir todo o 6º compartimento extensor e realizar desbridamento das partes fibrosadas do tendão. A maior preocupação pós-operatória é com a instabilidade para ulnar e palmar do tendão. Caso ocorra, há opções para reconstrução do compartimento com seguimentos do retináculo extensor.