Epidemiologia
Ocorre tipicamente em pacientes com mais de 40 anos (88%).
Mais comum em homens (6:1).
Ocorre devido a uma sobrecarga, quando presente alguma patologia do quadríceps.
2cm proximais ao pólo superior da patela.
Mais comum é osteotendinosa.
Fatores de risco para ruptura do quadríceps
– tendinite (uso de esteróides, diabetes, artropatia inflamatória, insuficiência renal crônica, gota, hiperparatireoidismo).
Mecanismo de lesão
Força violenta repentina, gerando a contração excêntrica reflexa do quadríceps para impedir uma queda, e ocorre com o joelho parcialmente fletido e a patela encostada na tróclea.
A ruptura do tendão ocorre inicialmente nas camadas anterior e central do quadríceps. À medida que a ruptura avança, são afetadas as três camadas, e a lesão prolonga-se até o retináculo medial e lateral. Quando ocorre a ruptura total, o quadríceps retrai-se proximalmente.
Quadro clínico
Sensação de estalo súbito, dor no local da lesão, incapacidade e dificuldade para sustentar carga.
Na ruptura total, geralmente não consegue andar.
Derrame articular no joelho, sensibilidade no pólo superior da patela, perda da extensão ativa do joelho (nas completas), defeito palpável proximal ao pólo superior da patela.
Exames de imagem
RX AP, Perfil e axial.
Deslocamento distal da patela.
Linha de Blumensaat (RX perfil com 30º de flexão, pólo inferior deve estar no nível da linha projetada anteriormente a partir do sulco intercondilar).
RX perfil: esporão patelar superior (sinal do dente).
US, TC, RM: úteis para definir o diagnóstico.
Tratamento
Conservador
Rupturas parciais com um retináculo intacto. A imobilização do joelho em extensão durante 4-6 semanas, com o apoio do peso que puder ser tolerado.
Cirúrgico
Quando ocorre ruptura completa.
Reaproximação dos tendões ao osso por meio de suturas inabsorvíveis passadas através de túneis ósseos.
Reparar o tendão próximo à superfície articular para evitar a inclinação da patela.
Lesões na substância intermediária podem sofrer um reparo término-terminal após as bordas terem sido limpas e ligeiramente superpostas.
Técnica de Scuderi: reforço em espessura parcial de um tendão do quadríceps com uma base mais distal virada para baixo através do local do reparo.
Técnica de plastia V-Y de Codivilla: avanço em V-Y de um tendão do quadríceps retraído, em lesões crônicas.
Pós-operatório
Imobilizador de joelho ou gesso cilíndrico por 5-6 semanas. Sustentação de carga em 3 semanas. Após 2-3 semanas, usa-se imobilizador articulado de joelho, começando-se com 45º de amplitude ativa de movimento e 10-15º de progressão por semana.
Complicações
Nova ruptura, atrofia, fraqueza persistente do quadríceps, perda da ADM, infecção.