Indicação
– Infecção
– Tratamento de fratura peri-protética
– Soltura asséptica dolorosa
– Perda óssea progressiva
– Fratura ou falha mecânica do implante
– Luxação recorrente ou irredutível
– Dor: procurar outras causas antes da revisão
– – É necessário garantir que dor não seja por infecção
– – Considerar tratamento da dor por outros meios se for possível evitar a revisão
– Se doente em estado geral precário, considerar Girdlestone
A artroplastia de Girdlestone foi realizada e documentada, pela primeira vez, por Schmalz (1817) e White (1821) para tratar crianças com tuberculose na articulação coxofemoral. Em 1928, Girdlestone descreveu resumidamente esse procedimento utilizando-o para o tratamento da tuberculose do quadril e mais tarde, em 1943, Girdlestone difundiu esta técnica mundialmente como uma solução para o tratamento das patologias sépticas e tuberculosas do quadril. Em 1960, com o desenvolvimento da artroplastia de substituição do quadril, as artroplastias de ressecção caíram em desuso. Atualmente, a artroplastia de ressecção de Girdlestone (ARG) é utilizada como uma cirurgia de salvação para falha e/ou infecção da prótese total de quadril (PTQ), sepse grave do quadril e falhas cirúrgicas prévias, sem condições ósseas para realização de um procedimento cirúrgico que preserve a anatomia funcional articular. Hoje em dia, o termo “Quadril em Girdlestone” é aplicado à condição em que se encontram os pacientes os quais tiveram sua prótese removida.
Retirada do cimento:
– Diversos métodos: osteotomia extendida, kits de retirada, etc
– Se necessário fazer orifícios no fêmur, dar preferência para os da porção anterior e com distância de 5 cm entre eles
Deficiências acetabulares
– Revisão cimentada: altas taxas de soltura e migração do componente
– Não cimentadas: resultados bons com prazo intermediário
Tipos de deficiências
– Contidas: associadas a doenças inflamatórias, doenças metabólicas, tumores, infecção, trauma, osteoartrose, cirurgia prévia e iatrogênica
– Periféricas
Objetivos da reconstrução: restaurar o centro de rotação original, estabilidade do implante, restaurar a integridade acetabular e a continuidade do acetábulo
Classificação AAOS
Tipo I: Deficiências segmentares (não contidos)
– Periféricas: superior, anterior, posterior
– Central: ausência de parede medial (violação da parede medial)
Tipo II: Deficiências cavitárias (defeitos volumétricos com a borda intacta)
– Periféricas: superior, anterior, posterior
– Central: parede medial intacta (protrusão acetabular)
Tipo III: Deficiências combinadas
Tipo IV: Descontinuidade pélvica
– Defeito das colunas anterior e posterior com separação da porção superior da inferior do acetábulo
Tipo V: Artrodese
Conduta
Defeitos cavitários: mais fáceis de resolver
– Se pequenos: colocar componente maior
– Se grandes: enxerto autólogo ou aloenxerto
– – Superior e central grande: mais enxerto, ocasionalmente estruturado, de banco de osso
Defeitos segmentares
– Segmentar anterior geralmente não necessita de reconstrução
– Segmentar central pode ser tratado como cavitário
– Isolado superior: alguns podem ser tratados com prótese oblonga
– Defeito superior ou posterior grande:
– – Aloenxerto estruturado se implante necessitasse ficar > 2,5 superior ao normal
– Descontinuidade pélvica: reconstrução com reforço acetabular
Classificação de Paprosky
– Critérios para classificação: quantidade da migração da taça acetabular, quantidade de lise isquiática, grau de lise da lágrima e integridade da linha de Köhler
Correlação clínica dos parâmetros
– Se migração < 2 cm: domo superior intacto
– Osteólise do ísquio: deficiência da parede posterior
– Osteólise da lágrima: deficiência da parede medial
– Violação da linha de Köhler: deficiência da coluna anterior
Classificação
Tipo 1: borda acetabular intacta, sem migração do componente
– Somente osteólise localizada
Tipo 2: < 2 cm migração
– 2A: Superomedial: perda da borda superior sem contato da prótese superiormente
– 2B: Superolateral: perda da borda superior e do domo acetabular
– – colunas dão suporte
– 2C: Migração medial pela perda da parede medial
Tipo 3: > 2 cm migração
– Colunas não são adequadas para suporte de componente sem cimento
– Subdividido pela integridade da parede media, sel pode suportar a prótese e a quantidade de osso disponível para a fixação
– 3A: parede medial presente
– – lágrima intacta
– – linha de Köhler intacta
– – 50-70% do osso hospedeiro disponível para fixação
– 3B: defeito sem parede medial, confirmada por obliteração da lágrima, lise isquiática grave, violação da linha de Köhler e < 50% de osso hospedeiro disponível para fixação da prótese
Formas de revisão com falhas acetabulares
– Componente sem cimento fixado com parafusos
– Taça Jumbo: abaixa o centro de rotação para situação mais anatômica
– – Necessita da integridade da coluna posterior
– High Hip Center
– – Recolocação superior: componente pequeno, superiormente ao centro original, sem lateralização
– – Recolocação superolateral: aumenta a força no quadril e risco de soltura
– Reforço acetabular com enxerto ósseo
– – Somente para doentes com expectativa limitada e pouco estoque ósseo, para quem outros procedimentos maiores não seriam uma boa escolha
– Componente duplo, oblongo: técnica sem cimento que restaura o centro de rotação original
– Enxerto de banco de osso estruturado
Deficiências femorais
Classificação AAOS
Nível
– Nível I: Proximal à porção inferior do trocanter menor
– Nível II: da porção inferior do trocanter menor até 10 cm distal
– Nível III: distal ao nível II
Classificação de Paprosky
– Tipo 1: Perda óssea metafisária e diafisária mínima
– Tipo 2A: Calcar ausente extendendo logo abaixo da linha intertrocantérica
– Tipo 2B: Perda óssea metafisária anterolateral
– Tipo 2C: Calcar ausente com perda óssea metafisária posteromedial
– Tipo 3A: 2A + perda óssea diafisária
– Tipo 3B: 2B + perda óssea diafisária
– Tipo 3C: 2C + perda óssea diafisária
Tipos e conduta
Tipo I: Segmentar: perda de osso cortical de suporte
– Pode-se localizar anteriormente, medialmente ou posteriormente em cada um dos níveis
– Na revisão, usar haste 2/3 do diâmetro do osso, distante do defeito
– Se defeito < 30%, redução na força não é importante: pode usar enxerto esponjoso
– Para defeitos maiores, usar enxerto estruturado
– Haste deve ser fixa 5 cm distal ao defeito
– Forma: Proximal, Parcial, Completa, Intercalar (perfuração única com córtex femoral proximal e distal normal), Esponjoso, Cortical, Ectasia (fêmur dilatado somado a perda de osso esponjoso e afilamento cortical) e Trocanter maior
Tipo II: Cavitária: deficiência de osso esponjoso com escavação do osso cortical endosteal
– É o defeito mais encontrado
– Defeitos pequenos: pode-se usar haste não cimentada + enxerto particulado
– Defeito grande com discrepância entre a região proximal e a distal
– Fresamento maior do canal para colocar implante maior
– – Uso de haste modular
– – Uso de enxerto impactado + haste com cimento
– – Uso de hastes de fixação distal + enxerto proximal
Tipo III: Combinada segmentar e cavitária
– Pode ser causado por osteólise, fratura da haste, perfuração iatrogênica, soltura prolongada
Tipo IV: Mal alinhamento
– Rotacional
– Angular
Tipo V: Estenose -> definida como estreitamento maior ao do ístimo
Tipo VI: Descontinuidade -> fratura atual ou antiga com pseudoartrose