Pé metatarso aduto ou metatarso varo

Generalidades

Desvio medial do antepé com relação ao retropé ou adução do antepé
– Alinhamento neutro ou em valgo do retropé

Deformidade congênita mais comum
– Gravidade da deformidade não tem relação com prognóstico
– Alta taxa de resolução espontânea
– 1:000; freqüência maior em gêmeos e meninas

Teoria que ocorre pelo posicionamento intra útero
– Frequência menor em prematuros
– Teoria de desbalanço muscular pela contratura e inserção anômala do tibial anterior ou posterior

Diferença entre pé metatarso aduto e metatarso varo: feita por alguns autores
– Metatarso aduto: deformidade exclusiva em adução do antepé
– Metatarso-varo: deformidade mais complexa e mais rara
– – Adução do antepé acompanhada de valgismo do retropé com subluxação medial da talonavicular

Diagnóstico diferencial

Pé torto congênito: apresenta varismo do retropé e equino do calcâneo
– Eixo longo do calcâneo e tálus tende a convergência (ocorre o oposto no pé metatarso varo)

Exame físico

– Adução dos metatarsos:
– Cria borda medial côncava e borda lateral convexa com proeminência na base do 5º MTT
– Grau variável de supinação do ante pé
– Retropé neutro ou com desvio leve em valgo – Mobilidade normal da subtalar e tornozelo
– Pé em serpentina (skewfoot): deformidade intensa de adução do antepé, associada a translação lateral do mediopé e valgismo do retropé
– RX não é necessário ou indicado
– Somente para crianças mais velhas ou adolescentes com doença residual grave, dor ou impotência funcional, quando houver planejamento cirúrgico

Classificação

Quanto à flexibilidade: útil para escolha do tratamento
– Grupo I: correção passiva além do neutro e ativa até neutro
– Grupo II: correção passiva até neutro com pouca correção ativa
– Grupo III: deformidade rígida

Quanto ao grau de deformidade: linha que passa pela borda interna do calcanhar
– Normal: linha passa pelo hálux
– Discreta: passa entre o hálux e o 2º dedo – Moderada: passa no 2º dedo
– Grave: passa além do 2º dedo

Tratamento

Conservador
– Observação: resolução espontânea pode ocorrer até os 4 anos de idade
– Ocorre em todos os pés flexíveis
– Manipulação mais gesso: para pés pouco flexíveis
– Correção em 90% dos casos
– Deve ser iniciado o mais precoce o possível – bons resultados até 12 meses de idade
– Cuidado para evitar excesso de estresse em valgo no retro pé

Cirúrgico: raramente indicado
– Entre 1 e 2 anos: tenotomia do abdutor do hálux e capsulotomia medial da cuneometatarsal
– Procedimentos ósseos: para crianças mais velhas e com deformidades mais resistentes
– McHale e Lenhart: > 4 anos
– Osteotomia dupla com retirada de cunha do cubóide e adição no 1º cuneiforme
– Osteotomia das bases dos 5 MTTs
– > 6-8 anos para deformidades recidivadas ou muito acentuadas
– Risco de lesão da placa fisária que fica na base do 1º MTT

Pé metatarso aduto plano

Alteração funcional associada a deformidade em valgo do retro pé
– Causa desconhecida
– Pode ser criado em um pé com metatarso aduto aplicando pressão de abdução ao ante pé sem estabilizar o retro pé

Diagnóstico diferencial: pé metatarso aduto

Complicações
– Calo sobre a cabeça do tálus e na base do 5º MTT
– Dor na calosidade do tálus quando associado a contratura do Aquiles

Tratamento
– Conservador: observação ou manipulação com gesso
– Cirúrgico: quando tratamento conservador não consegue aliviar a dor e calosidades
– – Técnicas:
– – Capsulotomias tarso metatársicas
– – Osteotomias na base dos metatarsos para corrigir o ante pé
– – Artrodese subtalar ou tripla para correção do retro pé

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Última modificação porMarcio R4
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