Quadro clínico e epidemiologia
Sintomas iniciais são similares:
– Dor aguda na face medial do joelho
– Geralmente relacionada a trauma ou aumento da atividade
Mulheres > 60 anos
Pode ser mais comum
Menos reconhecido do que do côndilo femoral
Exame físico
– Dor sobre a borda medial da tíbia, próximo à interlinha articular, na região posterior
Avaliação radiológica
Semelhante para osteonecrose do côndilo femoral
Mais da metade: RX inicial demonstra alterações degenerativas pré-existentes
RM: divide doentes em 4 tipos
– Tipo A: alterações pequenas, bem localizadas com baixo sinal no osso subcondral
– – Melhor vista nas pesadas em T1
– Tipo B: áreas de baixo sinal no osso subcondral mas que descem pela metáfise, abaixo da linha epifisária
– – Menos focal e mais difusa
– – Melhor vista nas pesadas em T1 e T2 e supressão de gordura
– Tipo C: padrão classicamente associado com osteonecrose
– – Bem localizadas no osso subcondral como disseminadas pela metáfise
– – Área de baixo sinal rodeada por área serpiginosa de baixo sinal
– – Pode ter área de colápso não visível ao RX
– Tipo D: extensão do tipo C
– – Colapso subcondral é grande o suficiente para ser visto ao RX
Prognóstico usando a classificação pela RM
Tipo A e B: bom prognóstico apesar dos sintomas por 9-12 meses
– Artrose no futuro – 20% necessitam de cirurgia em 2-10 anos
Tipo C: RX ainda normal
– Mau prognóstico – 66% necessitam de cirurgia em 2-10 anos
Tipo D: 84%: ATJ ou unicompartimental
Tratamento pela classificação da RM
Tipo A e B:
– geralmente conservador: retirada de carga e fortalecimento
– Descompressão pode ser indicada para alívio da dor
Tipo C e D:
– Quadro clínico de curta evolução, sem colápso e sintomas intensos: descompressão
– Se colapso: ATJ ou unicompartimental
Osteonecrose primária X secundária
Comparação entre a espontânea (primária) e a secundária
Primária | Secundária | |
Idade | > 55-60 anos | < 45 anos |
Fator de risco | Ausente | – álcool, corticoesteroides ou tabaco – doença autoimune |
Envolvimento do quadril | < 1 % | > 90% |
Bilateralidade | < 5% | > 80% |
Instalação da dor | Aguda | Gradual |
Número de lesões | Única | Múltiplas |
Tamanho da lesão | Pequena | Grande |
Localização | Geralmente côndilo (medial) | Múltiplos côndilos / Côndilo femoral lateral e medial / Planalto lateral e medial |
Classificação usada principalmente para a secundária
Mont e colaboradores: Modificação da classificação de Ficat e Arlet
– Estágio I: RX normal com RM +
– Estágio II: alterações escleróticas ou císticas ao RX
– Estágio III: colapso do osso subcondral
– Estágio IV: sinais de alterações degenerativas no lado oposto da articulação
Tratamento
– Ambas podem ser tratadas conservadoramente se pouco sintomáticas ou estágio inicial
– Secundária: responde pior ao tratamento conservador
– – Lesões são maiores e em doentes jovens
– – Geralmente há outra doença associada
– Prótese unicondilar: geralmente contra-indicada por lesão extensa