Osteomalácia

A osteomalácia é uma doença óssea metabólica caracterizada pela mineralização incompleta da porção orgânica da matriz subjacente do tecido ósseo maduro (osteoide) após o fechamento da placa epifisária em adultos.

A palavra osteomalácia é derivada do grego, osteo (osso) e malakia (suave). Essa suavidade dos ossos, ou amolecimento ósseo, acontece pelo enfraquecimento com a desmineralização, ou seja, perda de minerais, e depleção de cálcio do osso.

Em contraste, o raquitismo é uma doença óssea metabólica caracterizada pela mineralização deficiente da cartilagem da placa epifisária em crianças, resultando em deformidades esqueléticas e retardo de crescimento. O raquitismo e a osteomalácia são manifestações diferentes do mesmo processo patológico subjacente.

A osteoporose é uma doença em que está presente a normal mineralização óssea, contudo, a estrutura desses ossos é mais frágil devido a perda de cálcio, provocando diversos poros, ou buracos, na estrutura dos ossos. Como a osteomalácia é caracterizada pela ausência de vitamina D, ocorre o prejuízo da deposição de cálcio na matriz osteoide, responsável pela deposição do cálcio. 

Assim, o osso pode produzir a matriz, no entanto, não é possível realizar sua mineralização devido a carência de vitamina D. Na osteoporose os ossos são fracos por sua porosidade, já na osteomalácia, a parte óssea fica amolecida pela mineralização deficiente.

Sintomas

A osteomalácia é muitas vezes assintomática e, por isso, acaba sendo descoberta apenas quando acontece alguma fratura. No entanto, existem alguns casos em que a pessoa pode sentir um ligeiro desconforto nos ossos, especialmente na região do quadril, o que pode acabar dificultando o movimento.

Embora seja mais raro, a osteomalacia também pode resultar em deformidades esqueléticas, principalmente se o tratamento for feito muito tarde.

Caracterizada pela falta de mineralização óssea, a osteomalácia provoca fortes dores, fraqueza muscular e fraturas que podem acontecer com certa frequência, aumentando à medida que a doença progride.

As regiões em que as dores são mais comuns na osteomalácia são especialmente quadris, parte inferior das costas, pernas e pés. Ocorrendo igualmente em ambos lados do corpo, as dores da osteomalácia acabam resultando na sensação de sofrimento constante para o portador da doença, aumentando sua intensidade durante as atividades.

Além da fraqueza muscular, a perda de tônus em braços e pernas estão presentes junto ao enfraquecimento dos ossos. Dessa maneira, atividades físicas e outras atividades diárias se tornam um desafio devido às dores.

Com o enfraquecimento, os ossos eventualmente acabam se deformando. Isso acontece devido à pressão e força que a gravidade exerce, causando a curvatura óssea e resultando na perda de sua forma original.

Ossos longos como os da perna acabam suportando o preso de todo o corpo, por isso, sua flexibilidade suavizada pela osteomalácia causa a curvatura. 

Na face, o amolecimento de ossos de crânio e maxilares pode também causar problemas dentais. Já nos ossos do tórax, também é possível que aconteça a perda de seu formato normal, projetando a caixa torácica para a frente.

Causas

A causa mais comum da osteomalácia é a deficiência em vitamina D, que pode estar relacionada com qualquer um dos passos da sua absorção, metabolismo ou ação, podendo ocorrer em casos de:

  • Baixa ingestão de alimentos com vitamina D;
  • Baixa exposição solar;
  • Cirurgia ao estômago ou intestino, principalmente cirurgia bariátrica;
  • Uso de remédios para convulsões, como a fenitoína ou o fenobarbital;
  • Má absorção intestinal;
  • Insuficiência renal;
  • Doença no fígado.

Embora seja muito raro, certos tipos de câncer também podem alterar os níveis de vitamina D no organismo.

Grupo de risco

A osteomalácia também pode provocar a perda de fósforo, de natureza congênita ou por lesões renais. Portanto, é comum que déficits de vitamina D aconteçam em pessoas que apresentam pouca exposição ao sol, que passam boa parte do tempo em ambientes fechados, pessoas com intolerância à glicose e aqueles com dieta pobre em vitamina D. Além disso, o raquitismo pode atingir crianças, com riscos que incluem:

  • idade, com bebês de 3 a 36 meses costuma ocorrer o maior risco para a doença;
  • pigmentação da pele, crianças com a pele mais pigmentada não reagem fortemente à exposição solar, por isso, a produção de vitamina D pode ser menor;
  • geolocalização, crianças que vivem em áreas com pouca exposição à luz solar;
  • nascimento prematuro;
  • medicações anticonvulsivantes também na infância.

Diagnóstico

Para diagnosticar a osteomalácia, o médico pode solicitar exames de sangue e de urina, de forma a avaliar os níveis de vitamina D, fósforo e cálcio, fosfatase alcalina e hormônio paratireoidiano, que geralmente se encontram alterados.

Além disso, também pode ser realizado raio X para detetar pequenas fraturas nos ossos e identificar outros indícios de desmineralização óssea.

Ainda que seja incomum, a biópsia óssea pode ser exigida pelo profissional para avaliar a presença ou ausência da doença, visto que a osteomalácia pode ser facilmente confundida com outra doença reumática, a osteoporose. Por esse motivo, o diagnóstico diferencial deve ser minucioso.

Tratamento

O objetivo do tratamento é corrigir a causa que está na origem da osteomalacia, o que pode ser alcançado através de:

  • Suplementação com cálcio, fósforo e/ou vitamina D;
  • Aumento do consumo de alimentos ricos em cálcio e em vitamina D. Os alimentos ricos cálcio e os ricos em vitamina D são peixes gordos, como sardinha e salmão, leite, queijo, ovos e cogumelos.;
    • Exposição solar de 15 minutos diários no início da manhã, sem protetor solar.

Complicações

Quando a osteomalácia não é diagnosticada e tratada como se deve, algumas complicações podem acontecer na vida do adulto, da mesma forma que o raquitismo pode acometer a criança. Entre os principais prejuízos que a doença pode causar, estão: 

  • incapacidade de crescimento natural;
  • curvatura anormal da coluna vertebral;
  • deformidade esquelética;
  • contusões, lesões e fraturas;
  • problemas de mobilidade;
  • convulsões.

Raquitismo >
Última modificação porMarcio R4
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