Espondilolistese degenerativa

A espondilolistese sem defeito da pars articularis, ou istmo, foi chamada de pseudoespondilolistese. Em 1955, Newman cunhou o termo espondilolistese degenerativa (ELD), observando que o deslocamento vertebral era causado pela artropatia das facetas articulares.

espondilolistese degenerativa é o termo em latim para “corpo vertebral escorregado”. Esta condição é diagnosticada quando uma vértebra desliza para a frente e pode ocorrer como consequência do processo geral de envelhecimento, no qual os ossos, articulações e ligamentos da coluna ficam fracos e menos capazes de manter o alinhamento da coluna vertebral.

A espondilolistese degenerativa é comum em pessoas com mais de 50 anos de idade. Também é mais comum em mulheres do que homens em uma margem de 3 para 1.

Uma espondilolistese degenerativa geralmente ocorre no nível L4-L5 da coluna lombar (localização mais comum), sendo relativamente rara em outros níveis da coluna, mas pode ocorrer em dois ou mesmo três níveis simultaneamente. Embora não seja tão comum quanto a espondilolistese lombar, pode ocorrer espondilolistese cervical. Quando ocorre no pescoço, geralmente é uma questão secundária à artrite nas articulações facetárias.

Causas

Cada nível da coluna é composto por um disco na frente e articulações facetárias emparelhadas nas costas. O disco atua como um amortecedor entre as vértebras, enquanto as articulações restringem o movimento. Esta estrutura permite que a coluna se dobre para a frente (flexão) e para trás (extensão), mas não permite muita rotação.

À medida que as articulações facetárias envelhecem, elas podem se tornar incompetentes e permitir muita flexão, permitindo que um corpo vertebral deslize para frente do outro.

Diagnóstico

A espondilolistese degenerativa é diagnosticada por um médico cirurgião de coluna vertebral através de um processo de três etapas:

  • História Médica – principalmente uma revisão dos sintomas do paciente e o que melhora ou piora os sintomas.
  • Exame físico – o paciente é examinado quanto a sintomas físicos, como amplitude de movimento, flexibilidade, qualquer fraqueza muscular ou sintomas neurológicos.
  • Testes de diagnóstico – se houver suspeita de espondilolistese após o histórico médico e o exame físico, pode ser realizado um raio-X para confirmar o diagnóstico e / ou descartar outras possíveis causas dos sintomas do paciente. Com base nos resultados do raio X, outros testes podem ser solicitados, como uma ressonância magnética, para obter informações adicionais.
slop pelvico

Nos casos de espondilolistese degenerativa, as articulações degeneradas tendem a aumentar de tamanho, e as articulações aumentadas invadem o canal espinhal que corre no meio da coluna vertebral, causando estenose espinhal lombar.

Sintomas

Os principais sintomas da espondilolistese degenerativa incluem:

Dor lombar e / ou dor nas pernas são os sintomas mais típicos. Os pacientes geralmente se queixam de dor ciática, dor em uma ou nas duas pernas ou sensação de cansaço nas pernas quando ficam em pé por um período prolongado ou tentam andar a qualquer distância (chamada claudicação neurogênica).

Geralmente, os pacientes não sentem muita dor enquanto estão sentados, porque na posição sentada o canal espinhal é mais aberto. Na posição vertical, o canal medular fica menor, acentuando a estenose e beliscando as raízes nervosas do canal.

Os pacientes tipicamente têm músculos isquiotibiais tensos (os músculos na parte de trás da coxa) menor flexibilidade na região lombar e dificuldade ou dor com a extensão (arquear as costas para trás).

Se a estenose espinhal se tornar muito grave ou se o paciente também tiver hérnia de disco, ele poderá desenvolver a síndrome da cauda equina, onde houver dano progressivo da raiz nervosa e perda do controle da bexiga / intestino. Essa síndrome clínica é muito rara, mas, se ocorrer, é uma emergência médica.

Estável

Evolui com algumas crises de dor lombar, sem comprometimento neurológico, ou com períodos de crises de dor radicular em algum momento da evolução da doença, mas com recuperação do paciente.

Instável

Nesses pacientes, as dores lombar e ciática são sérias. Estão associadas a um comprometimento neurológico variável e sua sintomatologia possui tendência à progressão.

Tratamento

Devido aos diferentes tipos de evolução, é importante determinar a progressão ou não da deformidade (listese) de um paciente, e a sintomatologia para indicar tratamento conservador ou cirúrgico.

O tratamento conservador deve ser estabelecido como primeira alternativa, visto que 70% dos pacientes respondem a ele. Existe uma ampla gama de opções de tratamento não cirúrgicas que podem ajudar, incluindo:

Modificação de Atividades

Os pacientes podem modificar suas atividades para passar mais tempo sentados e menos tempo em pé ou andando. A estratégia geralmente inclui:

  • Um curto período de descanso (por exemplo, um a dois dias de descanso na cama ou em uma cadeira reclinável);
  • Evitar ficar em pé ou caminhar por longos períodos;
  • Procurar evitar atividades que exijam flexão para trás.

Se a modificação da atividade reduzir substancialmente a dor e os sintomas do paciente, esta é uma maneira aceitável de gerenciar a condição a longo prazo. O autocuidado simples pode ajudar nessa abordagem, como a aplicação de compressas frias e / ou almofadas de aquecimento e / ou o uso de analgésicos de venda livre, após caminhar ou qualquer atividade extenuante.

Fisioterapia

A fisioterapia pode ajudar a reduzir a dor ao mobilizar a disfunção dolorosa das articulações.

Para pacientes que desejam ser mais ativos, andar de bicicleta estacionária é uma opção razoável, pois a atividade na posição sentada deve ser tolerável. Outra opção é a terapia na piscina – fisioterapia feita em uma piscina aquecida -, pois a água fornece apoio e flutuabilidade e o paciente pode se exercitar em uma posição flexionada para a frente.

Muitos pacientes também se beneficiam de exercícios controlados e graduais de alongamentos, como parte de um programa de fisioterapia para manter e / ou aumentar a amplitude de movimento e a flexibilidade, o que por sua vez tende a aliviar a dor, além de ajudar o paciente a manter sua capacidade.

Injeções Epidurais

Para pacientes com dor intensa, especialmente dor nas pernas, as injeções peridurais de esteroides podem ser uma opção razoável de tratamento. As injeções são eficazes para ajudar a conter a dor e aumentar a função do paciente em até 50% dos casos. Se uma injeção epidural de esteroide funciona para aliviar a dor do paciente, isso pode ser feito até três vezes por ano. O tempo em que a injeção peridural lombar pode ser eficaz é variável, pois o alívio da dor pode durar de uma semana a um ano.

Cirurgia

A cirurgia para espondilolistese degenerativa raramente é necessária e a maioria dos pacientes pode controlar seus sintomas com as opções não cirúrgicas acima. A realização de uma cirurgia pode ser considerada se a dor do paciente for incapacitante, ele funcionaria melhor e seria mais ativo com menos dor. Uma cirurgia também é indicada se o paciente estiver apresentando deterioração neurológica progressiva.

As indicações para tratamento cirúrgico são as seguintes:

• dor lombar que não cede com tratamento conservador;
• claudicação neurogênica intermitente;
• radiculopatia;
• comprometimento esfincteriano.

Alternativas cirúrgicas: descompressão sem fusão; descompressão com fusão sem instrumentação; e descompressão com fusão e instrumentação.

A descompressão e a artrodese instrumentada são o padrão recomendado para o tratamento cirúrgico dessa patologia. A falta de fusão, no médio prazo, gera resultados clínicos piores que a artrodese exitosa.

Entretanto, a fusão é um procedimento que ainda não obteve consenso absoluto e não possui aprovação contundente na literatura. Com relação à instrumentação, sua indicação é menos clara.

Os objetivos da cirurgia são realinhar o segmento afetado da coluna vertebral para aliviar a pressão sobre o nervo e proporcionar estabilidade à área.

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Última modificação porMarcio R4
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