Desenvolvimento Postural

A coluna apresenta 4 curvaturas (na visão lateral ou perfil): lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e nova cifose sacrococcígea.

Considerando-se valores positivos e negativos para essas curvas, a resultante de suas forças deve ser zero, ou seja, resultado de um complexo sistema de estabilização, com ação de músculos que se contraem e relaxam e que absorvem as forças exercidas sobre a estrutura óssea.

Na vista anterior a coluna é alinhada e reta, sendo o eixo mestre, central, do sistema músculoesquelético, em torno do qual se organizam membros, outros aparelhos e sistemas.

A postura se modifica ao longo do desenvolvimento típico por diferentes fatores e alterações nesta postura podem influenciar o desenvolvimento. Várias modificações posturais são evidenciadas durante esse desenvolvimento, muitas delas apenas transitórias com resolução espontânea.

Desenvolvimento postural: do recém-nascido à adolescência

Coluna

Na vida intra-uterina a coluna não apresenta as quatro curvas identificadas na fase adulta e é como se o bebê tivesse uma coluna em formato de “C”, como uma cifose única. Com o seu desenvolvimento típico, sob ação de forças musculares constante, contra a ação da gravidade é que essas colunas vão se formando.

A formação da lordose cervical é iniciada com os movimentos relacionados ao controle de cabeça (4º mês), ao levantá-la em decúbito ventral e ao sentar-se.

A postura sentada favorece ainda a formação de uma longa cifose torácica e lombar. Já a lordose lombar se inicia quando o bebê começa a engatinhar, que geralmente ocorre dos 09 a 12 meses de idade, e vai se consolidando com a aquisição do andar independente, sendo uma curvatura importante para a manutenção do equilíbrio em pé.

Cabe lembrar que essas curvas são no plano sagital (perfil, vista lateral) e que no plano frontal (vista anterior) a coluna é ereta, alinhada e sem curvas.

Existem diferentes fatores que podem apresentar variações no período das aquisições motoras influenciadas pelas condições e o meio ao seu redor, passando por períodos de movimentações simples e descoordenadas e progredindo quanto ao controle motor e ritmo nas atividades motoras para as aquisições posturais prono, supino, sentado e em pé com controle postural.

No desenvolvimento infantil típico, essa postura em alinhamento favorece o controle postural e aquisições de habilidades motoras mais complexas. No período de 7 a 12 anos de idade, as crianças passam por alterações posturais transitórias devido às alterações das proporções corporais e em sentido a um novo estado de equilíbrio corporal.

Até mesmo as questões respiratórias influenciam na postura da criança. Isso porque o músculo diafragma (respiratório) se insere em vértebras lombares e seu encurtamento e/ou fraqueza pode levar a alterações posturais.

Membros inferiores

No desenvolvimento típico, a criança apresenta ao nascer um padrão flexor, incluindo flexão dos membros inferiores. Com o passar do tempo o padrão extensor fica mais evidente e, em supino a criança realiza pequenos chutes, e em prono, já no terceiro trimestre, o peso corporal que antes ficava mais na região de tronco superior, transfere para a pelve, permitindo maior mobilidade em anfíbio e pivoteio. Na sequência irá adquirir posição em 4 apoios, engatinhar e passar para de pé, uma sequência de ganhos motores que influenciam diretamente no alinhamento das estruturas da articulação do quadril.

Quadril

No desenvolvimento e alinhamento típico da articulação do quadril, o colo femoral forma um ângulo de 125º a 140º com o fêmur. A coxa vara seria então uma alteração de alinhamento em que este ângulo é menor que 125º e a coxa valga quando é maior que 140º; e ambas podem ter origem já ao nascimento, sendo porém muitas vezes identificadas em idades mais avançadas por meio de radiografias ou outros exames.

Alterações mais comumente visíveis dizem respeito aos aspectos rotacionais do quadril. Padrão em rotação externa na criança, com rotação tibial (perna) interna no início do andar, assim como rotação femoral (coxa) interna em crianças constituem variações normais do desenvolvimento. A persistência no padrão em rotação interna é mais comum do que em rotação externa, e quando persistem de forma acentuada apresentam bons efeitos com uso de órteses e fisioterapia.

Joelho

Alinhamento dos joelhos com o crescimento

O joelho também passa por modificaçõs de alinhamento de acordo com o crescimento da criança. No recém-nascido, o geno varo, que dá uma aparência arcada aos membros inferiores, predomina e esse padrão tende a alinhar, com joelhos retificados a partir dos 6 meses até 2 anos de idade. Depois disso, há uma tendência ao valgo, que confere aparência de “joelhos para dentro” ou “em X”, que se torna máxima entre 3 e 5/6 anos. Esse padrão em valgo diminui até aproximadamente os 6-7 a 10 anos, com um novo pico de valgização em torno dos 13 anos, sendo admitido 7º de valgo para homens e 8º para as mulheres.

A partir dos 6 anos, o joelho já deve estar alinhado, padrões em valgo e varo devem ser avaliados por ortopedista e/ou fisioterapeuta. Joelhos varos persistentes acima de 2 anos ou valgo acima de 7 anos já devem ser acompanhados sob risco de complicações e deformidades ósseas.

Durante o desenvolvimento, os pés geralmente são planos (sem a formação do arco plantar) até os 2 anos de idade. Na maioria dos casos persistentes terá resolução espontânea aos 10 anos e uma minoria necessitará de palmilha ou outro procedimento. Alguns estudos apontam uma maior incidência de pés planos em meninos e associado ao uso de sapatos fechados.

O ideal é que com o desenvolvimento a articulação do tornozelo seja alinhada em posição neutra, mas não são raros os desalinhamentos e pisadas em posição supinada (com maior apoio e/ou pressão na borda lateral do pé) ou pronada (com maior apoio e/ou pressão na borda medial do pé) e de maneira geral não influenciam de forma significativa a performance motora das crianças. A maioria dos casos são assintomáticos e sem repercussões sérias sobre o desenvolvimento.

Crescimento do pé

– Primeira parte a crescer na puberdade
– Primeiro a terminar o crescimento: meninas com 12 anos e meninos com 14 anos
– Na puberdade (média): meninas com pé de 22 cm e meninos com pé de 24 cm
– 15% da altura na maturidade

Desenvolvimento da marcha

O desenvolvimento motor normal da criança é totalmente perceptível. A aquisição da marcha decorre da evolução das várias etapas desde seu nascimento: rolar, sentar com e sem apoio, arrastar, engatinhar, permanecer em pé, andar com e sem apoio até que a criança adquira a habilidade íntegra de caminhar de forma bipedal, isto é, locomoção sobre dois pés.

O início da marcha independente é considerado normal, segundo especialistas, até a idade de 18 meses.

O ciclo da marcha é dividido em duas fases, conhecidas como: fase de apoio e fase de balanço.

No início, a criança mantém suas pernas mais afastadas para aumentar o equilíbrio, assim como os joelhos e quadris levemente flexionados. Os braços geralmente ficam abertos à frente do corpo.

A criança acelera o movimento aéreo para evitar o desequilíbrio, como se quisesse correr. Entre as idades de 1 e 3 anos, essa marcha, portanto, possui mais passos por minuto do que a executada por uma criança de 5 anos, por exemplo. Esse ritmo vai diminuindo com o processo de maturação do sistema nervoso central, permitindo uma maior coordenação dos movimentos.

Já no idoso também modifica: duração do tempo de duplo apoio aumenta; velocidade lenda; e diminuição da mobilidade do tronco e das articulações (maior variação do centro de gravidade).

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Verdades e mitos sobre o desenvolvimento postural
Última modificação porMarcio R4
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